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Raio X: Brasil tem mais de 900 mil alunos com necessidades especiais

Raio X: Brasil tem mais de 900 mil alunos com necessidades especiais O Brasil tem 928 mil alunos com necessidades especiais, segundo dados do Censo Escolar 2010. Nessa contagem entram estudantes com deficiências motoras, mentais, cegueira, baixa visão, surdez, surdocegueira, autismo e outras síndromes. Também são contabilizados os superdotados, pois eles necessitam de mais atenção do professor para expandirem seus potenciais.
Dos 54 milhões de estudantes brasileiros, os alunos com deficiências e superdotação representam 1,7% do total. A unidade da federação em que foi contabilizada maior proporção de alunos com necessidades especiais é o Distrito Federal (3,2%).
A menor presença está no Amazonas, que tem somente 0,85% de alunos com deficiências ou superdotados em seu corpo discente.
UF
Total de alunos
Alunos com necessidades especiais
%
Acre
266.305
6.795
2,6%
Alagoas
997.048
13.770
1,4%
Amazonas
1.319.599
11.230
0,9%
Amapá
246.389
4.433
1,8%
Bahia
4.063.285
50.459
1,2%
Ceará
2.589.304
38.380
1,5%
Distrito Federal
752.203
24.259
3,2%
Espírito Santo
957.647
19.818
2,1%
Goiás
1.558.413
26.123
1,7%
Maranhão
2.253.378
28.143
1,2%
Minas Gerais
5.281.940
105.783
2,0%
Mato Grosso do Sul
745.690
19.583
2,6%
Mato Grosso
902.971
14.919
1,7%
Pará
2.514.779
23.845
0,9%
Paraíba
1.106.880
15.000
1,4%
Pernambuco
2.652.213
28.919
1,1%
Piauí
1.030.740
12.574
1,2%
Paraná
2.905.631
72.362
2,5%
Rio de Janeiro
4.072.530
51.329
1,3%
Rio Grande do Norte
1.036.173
15.217
1,5%
Rondônia
525.683
9.804
1,9%
Roraima
151.942
1.515
1,0%
Rio Grande do Sul
2.718.522
76.213
2,8%
Santa Catarina
1.688.682
27.064
1,6%
Sergipe
595.592
6.069
1,0%
São Paulo
10.729.290
211.375
2,0%
Tocantins
468.426
13.846
3,0%
Brasil
54.131.255
928.827
1,7%
 

As estatísticas do Ministério da Educação (MEC) mostram também que 77% dos alunos brasileiros com necessidades especiais estão na rede pública. Minas Gerais é o estado em que as redes pública e privada estão mais próximas na porcentagem de alunos: são 56% na rede pública e 44% na privada. Em Roraima, a situação é diferente: cerca de 99% dos estudantes com necessidades especiais são atendidos pela rede pública de ensino.

Alunos
Pública Particular

Total % Total %
Com necessidades especiais
716.560 1,5% 212.267 2,7%
Total de alunos
46.412.193 100,0% 7.719.062 100,0%
 

Para especialistas, independentemente da rede, os desafios da Educação para esses alunos são os mesmos: formação e acessibilidade, conforme aponta Augusto Galery, coordenador do Projeto Diversa do Instituto Rodrigo Mendes. “Existe uma gama de questões ligadas à acessibilidade que precisam ser tratadas. Não estou só falando de construir rampas de acesso, mas também de professores que saibam libras, por exemplo.” Novas didáticas, diz ele, são fundamentais: “Ainda temos professores muito apegados a tradição de ensino, em que a aula é centrada no professor”.
A professora e chefe de gabinete da direção-geral do Instituto Benjamin Constant (IBC), Maria da Glória de Souza Almeida, concorda com os desafios apontados, e acrescenta ainda que é necessário ir além de fornecer equipamentos e professores às escolas. “Não adianta ter recursos se não houver uma abertura para a criança deficiente. A Educação tem que ser acolhedora, humanística. Não importa se é uma criança com deficiência ou não”.
Adaptação curricular
Outro ponto importante, de acordo com Galery e Maria da Glória, é a questão curricular das escolas que atendem alunos portadores de necessidades especiais. Os dois concordam que a adaptação curricular deve ser mínima, alterando apenas a metodologia, e não o conteúdo que será ensinado aos alunos.
Para a professora Maria da Glória, os avanços são significativos, mas ainda há muito a ser discutido e melhorado. “Antigamente, tínhamos atalhos. Hoje, temos uma estrada, um caminho a seguir”, diz. “Os professores têm que estar preparados, ter critérios e metas definidas, e conhecer o alunado que têm nas mãos.”
Papel dos pais
A participação da família é essencial para o bom desempenho do aluno da Educação Especial, seja qual for a modalidade de ensino, de acordo com Maria da Glória. “A família tem que estar de mãos dadas com a escola. Se ela ampara, incentiva, o aluno tende a ter sucesso, esteja na escola regular ou especializada”, afirma.
Do total de alunos, 47,7% estudam em escolas regulares, 23,5% estão em escolas especializadas e 4,5% frequentam Educação de Jovens e Adultos (EJA). No Censo 2010, entretanto, faltam informações sobre a modalidade de ensino de 24,3% dos estudantes. Assim, é impossível dizer qual é a modalidade com o maior corpo discente.
Para a professora do IBC, existem experiências positivas nas duas modalidades, e é fundamental que elas passem a trabalhar conjuntamente. “Não existe escola regular versus escola especializada”, diz. “Precisamos estar juntos nessa luta, para suprir as necessidades um do outro. A escola especializada pode ajudar com seu saber acumulado, e a regular, atendendo a todos que precisam”, opina.
Os dados mais recentes sobre o total de crianças com deficiências na população devem ser divulgados com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A contagem mais recente é do Censo 2000, ou seja, há uma defasagem de mais de uma década.
 
Com informações do Blog do Professor Ivanilson

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