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Estados onde professores ganham mais conseguiram notas melhores no Ideb 2011


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Na equação que pretende ter como resultado uma educação de qualidade não há espaço para fórmulas mágicas. Ainda que o alto desempenho educacional esteja relacionado a uma série de variáveis, a remuneração adequada de professores precisa fazer parte da conta. É o que dizem especialistas e pode ser visto no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Estados com professores mais bem remunerados tiveram performance melhor na avaliação do Ministério da Educação.
Entre os estados do Brasil, o Rio está apenas em 12 lugar na lista dos que remuneram melhor os professores do ensino fundamental. Com rendimento bruto médio de R$ 1.478, os docentes do Rio ganham menos da metade do que os seus colegas do Distrito Federal. A comparação foi feita com dados colhidos pelo IBGE, no Censo 2010, que incluem as redes pública e privada. As informações foram fornecidas em entrevistas pelos próprios professores.
De alguma forma, a lógica da remuneração reflete-se no desempenho do ensino. Do 1 ao 5 ano do ensino fundamental, o Rio ocupa a 8 posição no ranking do Ideb, considerando as redes pública e privada. Em seis dos estados à frente do Rio, a remuneração dos docentes é melhor do que a existente aqui.
Nos anos finais - do 6 ao 9 ano, a tendência se repete. O Rio está na 7 posição no ranking das notas do Ideb. Nesse caso, cinco dos estados à frente do Rio pagam melhor seus docentes.
- Existe uma relação positiva entre o salário do professor e o desempenho dos alunos. Escolas, municípios ou estados que pagam mais acabam atraindo os melhores professores. Além disso, quanto maior o salário, a tendência é de que o professor fique mais motivado - diz Rodrigo Leandro de Moura, professor de economia da Fundação Getúlio Vargas.
'Há uma noção negativa da carreira'
Professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Ocimar Munhoz Alavarse acredita que baixos salários não devem servir de desculpa para resultados ruins na educação. Ainda sim, o professor afirma que é preciso melhorar a qualidade da remuneração dos docentes brasileiros.
- A média do salário dos professores no Brasil não é alta. E a variabilidade é muito grande. No país, há uma noção negativa da carreira. O jovem pensa e constata que, fazendo cursos com dificuldade semelhante ao de Pedagogia, por exemplo, pode ganhar mais. Isso pesa - diz.
Ocimar também destaca que há outros componentes relacionados ao desempenho dos alunos, como a estrutura das escolas, o apoio dado aos profissionais, além das condições socioeconômicas dos próprios estudantes.
O secretário de Assuntos Educacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, destaca a importância da remuneração.
- Os baixos salários afastam os bons profissionais da educação e fazem com que os jovens não procurem a carreira. Se continuarmos assim, teremos um apagão de professores. Vão faltar professores em certas disciplinas. Qual jovem vai querer passar quatro anos estudando para ter uma profissão com baixos salários? - questiona Araújo.
Como é a situação no Rio
Cidades do Rio - As dez cidades de maior Produto Interno Bruto do estado não tiveram notas expressivas no Ideb, comparando as redes municipais do estado do Rio.
Maiores - Rio (R$ 1.954) e Petrópolis (R$ 1.622) são as que apresentam a melhor média de salário para professores do ensino fundamental, segundo o IBGE.
Menores - Já São Gonçalo (R$ 1.014) e Nova Iguaçu (R$ 1.014) são os municípios que têm a pior média salarial entre os municípios mais ricos.
Brasil - Ainda segundo o IBGE, o salário médio do professor de ensino fundamental no país é de R$ 1.375.
Piso - O governo federal fixa um piso salarial para os professores, que, neste ano, foi reajustado para R$ 1.451.
Fonte: Extra Online

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