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Divulgação de média do Enem contraria documento do MEC enviado às escolas


O Ministério da Educação (MEC) não cumpriu o que havia anunciado às escolas sobre a divulgação das médias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011. Em outubro, ao liberar os resultados para os diretores, o MEC afirmara que não calcularia a média por escola, de modo a evitar rankings. Mas a pasta manteve a divulgação de médias por estabelecimento - apesar de ter ignorado nessa conta a nota da redação. Essa decisão provocou críticas das escolas, além de ter prejudicado a comparação com os resultados dos anos anteriores.
Neste ano, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC responsável pelo Enem, liberou o acesso dos diretores às médias antes da divulgação para a imprensa. Na nota, o Inep era taxativo: "A divulgação das médias (será) apenas para cada Área do Conhecimento e para Redação, não havendo mais a divulgação de uma única média por escola". O que não ocorreu.
A divulgação das médias das escolas sempre foi polêmica, por ser visto como incentivo indireto à elaboração de rankings. Além disso, algumas escolas discordavam sobre o peso que a redação adquiria no cálculo da média.
Até 2011, o Inep produzia uma média ponderada entre as notas das quatro partes da prova e da redação, de modo que o peso dos textos no índice geral era de 50%. Sem o índice de participação de alunos na redação, que o Estado solicitou e o MEC promete divulgar na segunda-feira, não é possível calcular as médias e, assim, compará-las com as dos anos anteriores. Apesar disso, é possível constatar que o Colégio Objetivo Integrado, por exemplo, não tem a melhor média geral do Brasil. O colégio obteve a maior média nas provas objetivas, mas tem a 31.ª nota em redação. Na segunda, o MEC também deve divulgar a média nacional da redação, contando as escolas que não tiveram as notas divulgadas anteontem.
Comparação. Silvio Freire, diretor do ensino médio do Colégio Santa Maria, de São Paulo, diz que, para ser justo, o parâmetro de comparação deveria ser o mesmo do dos últimos anos. "O MEC podia ter eliminado a média por escola, como havia prometido, ou mantido como era. Mas escolheu a média só com as provas objetivas, que foi a pior alternativa."
Para Freire, a redação deve ser considerada no cálculo por conta da amplitude de avaliação que ela oferece. "O dado mais pleno da qualidade real da escola é a média considerando a redação com ponderação maior. É a única prova dissertativa e exige diferentes habilidades."
O MEC informou que cumpriu o prometido e, de fato, as escolas não receberam uma média geral. Mas alega que a divulgação dessa média para a imprensa, anteontem, teria ocorrido por pressão da própria imprensa.

ESTADÃO

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