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Educação digital


Sentar-se mudo diante de um professor não funciona mais.

Se alguém, congelado há 300 anos, acordasse hoje e observasse as profissões — um médico numa sala de cirurgia, um piloto na cabine de um jato, um engenheiro projetando um automóvel com sistema de CAD —, certamente ficaria maravilhado ao ver como as tecnologias transformaram o trabalho. Mas se a mesma pessoa entrasse numa sala de aula na universidade, não teria dúvida de que algumas coisas não mudaram.
O ensino no velho estilo, com o professor de pé em frente a um grupo de estudantes, ainda permanece ativo em muitas universidades. Trata-se de um modelo de mão única, focado no professor. E o aluno fica isolado no processo de aprendizagem. No entanto, os estudantes que cresceram num mundo digital interativo aprendem de forma diferente. Eles querem uma conversa animada, não uma palestra. Querem uma educação interativa, não um ensino baseado em difusão. Esses estudantes apresentam novas demandas às universidades e estas não podem ignorá-las.
No modelo industrial de produção de estudantes em massa, o mestre é o transmissor. Um sistema de difusão corresponde àquele que transmite informação do emissor para o receptor, em sentido único e linear. Certo, esse sistema é aperfeiçoado em algumas disciplinas, mediante ensaios, laboratórios e seminários. E muitos professores trabalham para ir além, mas em geral o modelo permanece dominante.
O modelo de difusão pode ter sido adequado para os que nasceram nos anos 40 e 50, cresceram em modo de difusão, vendo TV, e recebendo difusão de pais para filhos, de professor para alunos, de políticos para cidadãos, e ainda de patrões para empregados. No entanto, os jovens da era digital estão abandonando a televisão de mão única para abraçar a comunicação interativa e mais estimulante que encontram na internet. A TV está se tornando uma mídia de fundo, parenta da música para elevadores. Sentar-se mudo diante da TV — ou de um professor — não funciona para a geração atual. Os jovens aprendem de um modo diferente, não sequencial, interativo, assíncrono, multitarefa e colaborativo.
As mentes da nova geração trabalham de uma forma que as tornará aptas a enfrentar os desafios da idade digital. Eles estão acostumados à multitarefa e aprenderam a manejar o excesso de informação. Portanto, esperam uma conversa de mão dupla. E mais: ter crescido no mundo digital os encoraja a ser questionadores ativos.
Para se manter relevantes, os professores terão de abandonar as aulas tradicionais e começar a ouvir os estudantes, conversar com eles — saindo do modo de difusão para o modo interativo. Depois, devem encorajar os alunos a descobrir por si mesmos e aprender um processo de descoberta e pensamento crítico, em lugar de apenas memorizar o estoque de informações do professor. Mais: eles precisam encorajar os jovens a colaborar entre si e com outros fora da universidade. Por fim, eles devem adaptar o estilo de educação ao estilo de aprendizado individual de seus alunos.

ESTAÇÕES DO ANO


Grande parte de nossa vida gira em torno do clima e consequentemente das estações do ano: quando crianças logo nos acostumamos com as férias de verão e as de inverno, no mundo dos esportes, também temos aqueles que são praticados no verão e os que são praticados no inverno, e a agricultura então, depende muito do clima para ser bem sucedida e consequentemente abastecer nossa mesa com frutas, legumes e verduras.
Mas como se formam as estações do ano? Por que quando é verão aqui, em outras partes do mundo está fazendo um tremendo frio? É o que vamos saber agora!!!!
O astrônomo polonês Nicolau Copérnico, que viveu de 1473 a 1543, depois de muito estudo, muitos cálculos e observações descobriu que a Terra gira em torno do Sol, gerando um movimento chamado de translação e é este movimento que tem como principal consequência a mudança das estações.
Tudo acontece de uma forma muito sincronizada: a medida que a Terra gira em torno do Sol, o eixo terrestre (linha reta que une os polos norte e sul ) fica ligeiramente inclinado em relação ao plano do movimento. Por causa desta inclinação, a luz e o calor do Sol não chegam com a mesma intensidade em todos os pontos da Terra ao longo do ano. Dependendo da época do ano, o hemisfério sul pode receber mais calor solar do que o hemisfério norte. Neste caso, é verão no sul e inverno no norte. Quando é o hemisfério norte que recebe mais calor, é verão no norte e inverno no sul.
Outro fator que modifica à medida que mudam as estações do ano é a posição do Sol no céu e a inclinação dos raios solares. Fica fácil compreender isso com um exemplo: se você estiver em uma praia do hemisfério sul, ao meio dia, no início do verão, com certeza estará sentindo muito calor e isso ocorre porque os raios solares estarão chegando quase perpendiculares ao chão, portanto incidindo diretamente sobre você. Em função disso sua sombra também não fica visível, pois é projetada para baixo. Mas... Outra pessoa que esteja no mesmo instante no hemisfério norte, verá sombras imensas, indicando que os raios solares estão chegando um pouco inclinados, assim, nesta área é o início do inverno.

· Primavera
· Verão
· Outono
· Inverno

Curiosidade
Foi no Império Romano que as estações receberam os nomes que usamos até hoje:
Primavera: primo vere ou “na primeira estação”.
Verão: derivado de primavera, veranum tempus ou “tempo primaveral”.
Outono: autúmum
Inverno: hibernum




(fonte: Revista Ciência Hoje para Crianças e Dicionário Houaiss)

MOMENTO PEDAGÓGICO




Sete lições para o novo professor



Prepare-se, pois não são lições nada agradáveis:

1ª Lição – Confusão

As escolas tentam ensinar muita coisa ao mesmo tempo. São dezenas de matérias competindo pela atenção do aluno. E o pior, cada uma delas é estanque em si, fora do contexto, sem relação com as demais.

Possível solução - A interdisciplinariedade, tão decantada e elogiada em lei deve ser cada vez mais utilizada.

2ª Lição - A parte que te cabe nesse latifúndio

Todo ano, o aluno é colocado em uma classe. Para isso, são utilizados conceitos tão lógicos como a ordem alfabética ou a data da matrícula. Não importa se o estudante não se sente bem com os outros colegas, se seus amigos estão na outra turma, se a sala ao lado tem uma grade curricular que faz mais sentido para ele. Engula, pois transferências de turma são só aceitas em duas ocasiões: se alguém da outra turma quiser trocar também, ou em casos gravíssimos de comportamento (premia-se os bagunceiros?). Se a outra turma parece melhor, suspira-se e aceita-se o fato.


Possível solução - Use o bom senso. Se sua escola tiver mais que uma turma em qualquer classe, deixem cinco vagas disponíveis para transferências em cada uma. Se determinada classe apresentar um grande desejo de êxodo, bom, ali há um problema. Descubra-o e tome as providências cabíveis.

3ª Lição – Indiferença

Os alunos aprendem a não se importar com qualquer assunto. Quando o sinal bate, eles param o que quer que estejam fazendo, e se preparam para a próxima aula. Espera-se que crianças de dez, doze anos disponham de um botão de liga/desliga. Ao ouvir o sinal, esquece-se de tudo sobre determinada matéria, vamos para outra, sem opções. Sabe o telefone que toca no melhor do filme/novela? Pois é, seus discípulos convivem com isso diariamente. A lição que isso passa para eles é que nenhum trabalho, nenhum raciocínio merece ser concluído: o horário é onipotente. E é com essa visão que eles estarão no mercado de trabalho daqui a uns anos.


Possível solução - Em vez da parada abrupta, crie um sistema de "semáforo" em sua escola - Um "sinal amarelo" daria tempo para eles - e o professor - concluírem pensamentos e tarefas. Dez minutos depois, um "sinal vermelho" indicaria o fim da aula.

4ª Lição - Dependência emocional

Nota vermelha e conceitos para comportamentos, castigo, recompensas e a imagem do "bom aluno" ensinam às crianças a desistir de sua vontade própria e depender da autoridade. Em pouco tempo, aprendem a lição de que o bom aluno espera que o professor diga a ele o que fazer. O conformismo triunfa, enquanto a curiosidade é abandonada.


Possível solução - Dê espaço para seus alunos se manifestarem, fazerem perguntas, questionarem.

5ª Lição - Auto-estima mensal e externa

O que o aluno pensa sobre si mesmo depende da opinião de outra pessoa, um expert que dá as notas nos testes e nos boletins. Uma prova de matemática, corrigida em dois minutos, é a causa de uma crise familiar e de identidade.

Possível solução - Elogie vários fatores, não apenas as boas notas. Boa oração, facilidade em comunicação, entre outras.

6ª Lição - O Grande Irmão está vigiando você

Seus alunos estão sempre sob vigilância, dentro e fora da sala de aula. Não há espaço e tempo para assuntos e necessidades particulares. Segundo o autor, até mesmo o espaço entre uma aula e outra é apertado, pare evitar conversas contraprodutivas. Há monitores durante o intervalo. E, uma vez que se cruza o portão da escola, a vigilância continua na forma de tarefa de casa. Parêntesis: alguém aí teve a maravilhosa experiência de receber, no primário, aqueles calhamaços chamados "tarefa de férias"? Pois é.

Enfim, isso tudo é feito para dar à molecada menos tempo para aprender coisas novas com seus pais, avós, ou alguma pessoa interessante da vizinhança. Afinal, para quê contaminar a matéria de nossas aulas com experiências de fora?


Possível solução - Valorize, em suas aulas, a experiência prévia de seus alunos. Utilize fatos do dia-a-dia deles para explicar novos conceitos.



John Taylor Gatto é um dos educadores mais respeitados dos Estados Unidos. Em seu livro The Seven-Lesson School Teacher (algo como O Professor das Sete Lições - inédito no Brasil), ele mostra o que os mestres realmente ensinam a seus estudantes.

MOMENTO PEDAGÓGICO


A prática de violência entre pares:O bullying nas escolas

1. Como podemos identificar os casos de violência entre pares?

Por meio da observação e da discussão sobre o comportamento individual dos alunos, os professores podem identificar os alvos e os agressores. As vítimas são alunos frágeis, que se sentem desiguais ou prejudicados, e que dificilmente pedem ajuda. Eles podem demonstrar desinteresse, medo ou falta de vontade de ir a escola, apresentar alterações no rendimento escolar, dispersão ou notas baixas. Além disso, podem ter sintomas de depressão, perda de sono e pesadelos. Normalmente recebem apelidos, são ofendidos, humilhados, discriminados, excluídos, perseguidos, agredidos, e podem ter seus pertences roubados ou quebrados.
Os agressores geralmente acham que todos devem fazer suas vontades, e que foram acostumados, por uma educação equivocada, a ser o centro das atenções. São crianças inseguras, que sofrem ou sofreram algum tipo de agressão por parte de adultos. Na realidade, eles repetem um comportamento aprendido de autoridade e de pressão. Tanto as vítimas, quanto os agressores, necessitam de auxílio e de orientação. Os demais alunos são os observadores da violência. Eles convivem com ela e se calam ou são ignorados em suas observações por pais e professores. Temem tornarem-se alvos, e podem sentir-se incomodados e inseguros.



2. Saiba o que fazer

Para se refletir sobre o bullying, é essencial promover a orientação, a conscientização e a discussão a respeito do assunto. Nem toda briga ou discussão deve ser rotulada como bullying, para não cairmos no extremo oposto da tolerância zero, que não vai permitir a estas crianças e jovens que estão em fase de desenvolvimento que aprendam a viver harmoniosamente em grupo. A diferença entre um comportamento aceito e um abuso às vezes é muito tênue, e cada caso deve ser observado e analisado segundo sua constância e gravidade.
Os alunos devem criar regras de convivência e discuti-las com a equipe pedagógica, buscando soluções e respeitando as diferenças de cada um. Os pais devem ser ouvidos e orientados a colocar limites claros de convivência, e ajudar sempre que souberem de algum problema sem aumentar ou diminuir a informação recebida.
Quando identificados um autor e uma vítima, ambos devem ser orientados. Seus pais devem ser alertados e estar cientes que seus filhos, agressor ou agredido, precisam de ajuda especializada. O comportamento dos pais diante deste comunicado é muito importante: não se deve cobrar o revide, nem intimidar ou agredir. Este é um momento de aprendizado para todos, e mostrar como se controlar, manter a calma e evitar comportamentos de violência é imprescindível



3. Considerações finais


O bullying acontece entre jovens e crianças de todas as classes sociais, e não está restrito a nenhum tipo determinado de escola. Por violência entre pares entende-se maus-tratos, opressão, intimidação e ameaças que ocorrem de forma intencional e repetida. Isso inclui gozações, apelidos maldosos e xingamentos que magoam profundamente a criança e podem causar sérios prejuízos emocionais, como perda de auto-estima e exclusão social. Mas precisamos tomar cuidado para não patologizarmos os casos de violência entre pares. Temos observado em nossa pesquisa que, esporadicamente, algumas crianças fazem brincadeiras inofensivas e se utilizam de palavras e de comportamentos não adequados durante suas brincadeiras, e isto nem sempre pode ser caracterizado como bullying. É preciso avaliarmos a intensidade e o significado dessas atitudes. A observação constante e a parceria entre escola e família são cruciais para a possível eliminação de tais comportamentos.



Rosana Maria César del Picchia de Araujo Nogueira

Lições do futebol


17/12/2008 14:53

Texto
Claudio de Moura Castro


Para Claudio de Moura Castro, o empresário mostrar aos políticos que investir em escola é um bom negócio, é uma forma de estimular a valorização do setor educacional.

Quando os países mais avançados do mundo querem melhorar seu futebol, já sabem aonde ir. Como temos um currículo de cinco vitórias em Mundiais, eles vêm aqui aprender ou contratar nossos técnicos. Assim fazem Estados Unidos, Japão, China e muitos outros. Com humildade, vêm procurar quem mais sabe, em vez de inventar teorias futebolísticas próprias. Nossos educadores têm a aprender, acerca de modéstia e pragmatismo, com o futebol dos países ricos. Silo Meireles saiu campeando para ver como os países alfabetizam suas crianças e reforçou sua busca com o livro Apprende à Lire.

Nos países com ortografias alfabéticas, há duas formas de ensinar a ler e escrever. Em primeiro lugar, há uma concepção fônica (parecida com o velho bê-á-bá), que considera indispensável ensinar de forma explícita a relação entre fonema (som) e grafema (o garrancho que representa uma letra). Em segundo lugar, há uma concepção ideovisual, que entrega textos ao aprendiz e espera que ele formule hipóteses e construa seu saber. Ou seja, o aluno recebe a frase inteira e vai tentando tirar conclusões acerca do que significa e de como é a engenharia de transformar grafemas em fonemas.

Deixemos de lado a discussão das teorias por trás de cada método e abordemos o problema de outro ângulo. Quem usa um e quem usa outro? Fiquemos apenas com os países mais bem-sucedidos em educação. Afinal, se a educação deles deu certo, por alguma razão será. Tomemos o Pisa, o teste dos países da OCDE, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (praticamente, o time dos ricos). Esse teste de compreensão de leitura mostrou quem é quem na educação do primeiro time. Nesse grupo, quase todos usam o conceito fônico, incluindo a Finlândia, campeã no Pisa. Ou seja, o fônico (com suas variantes) é a escolha de quem deu certo em educação. Estados Unidos e Reino Unido tentaram os conceitos ideovisuais. Mas uma coleção de 115.000 avaliações (sic) mostrou resultados alarmantes, levando ao seu abandono.

Quem ainda usa o conceito ideovisual? O Brasil. Também é adotado em pedacinhos da Espanha, do México e da Argentina. A Nova Zelândia usa, mas não conta muito, pois sua população total é equivalente à de Belo Horizonte. Por acaso, o Brasil participou do Pisa e ficou em último lugar. O penúltimo foi o México. Ou seja, dentre os participantes do Pisa, o que se encontra em pior colocação usa o conceito ideovisual de alfabetização. Será que só nós estamos certos?

Um conhecido garimpou nas bibliotecas das nossas faculdades de educação e nos periódicos brasileiros o que se escreve acerca de alfabetização na Europa e nos Estados Unidos. Não encontrou quase nada. Silo buscou, nas inúmeras fontes bibliográficas dos países avançados, referências aos métodos e autores da linha ideovisual. Descobriu que, lá na metrópole, o assunto morreu de inanição.

Perdoemos o desinteresse da Europa e dos Estados Unidos por métodos hoje só usados nos países de terceiro time (com mínimas exceções). Mas será que, dado o desempenho catastrófico da nossa educação, podemos nos permitir não ler os livros e artigos que falam dos métodos usados pelos países cuja educação deu certo? E por que ignorar os poucos que começam a entrar no tema (Alfabetização: Método Fônico, de Alessandra G.S. Capovilla e Fernando C. Capovilla), exibindo resultados muito promissores? É essa soberbia que se espera de intelectuais financiados pelo contribuinte e que pontificam sobre nosso ensino público?

A escolha da concepção de alfabetização deveria ser tratada, corriqueiramente, como os cientistas tratam assuntos desse naipe. Para saber qual é o melhor método, tentam-se os dois, de forma controlada, e mede-se qual produz melhores resultados. Infelizmente, a questão é tratada como um auto-de-fé. Para quem viu as luzes, aleluia. Quem acredita no conceito fônico é excomungado e vai para o inferno.

Os países que querem melhorar seu futebol procuram o Brasil, não porque têm afinidade ideológica conosco, mas porque ganhamos cinco vezes. Mas nós nem sequer sabemos como se alfabetiza nos países que ganharam a copa do mundo da educação (o Pisa).

http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/modelos-alfabetizacao-410044.shtml

MOMENTO PEDAGÓGICO


O MÉTODO FÔNICO DE ALFABETIZAÇÃO


Os métodos fônicos também são conhecidos por métodos sintéticos ou fonéticos. Partem das letras (grafemas) e dos sons (fonemas) para formar, com elas, sílabas, palavras e depois frases. No principal modelo de Método Fônico utilizado pelos professores alfabetizadores, as crianças não pronunciam os nomes das letras, mas sim os seus sons.


O lingüista americano Bloomfield, propositor do módulo fônico desse método, defende que a aquisição da linguagem é um processo mecânico, ou seja, a criança será sempre estimulada a repetir os sons que absorve do ambiente. Assim, a linguagem seria a formação do hábito de imitar um modelo sonoro. Os usos e funções da linguagem, neste caso, são descartados (em princípio), por se tratarem de elementos não observáveis pelos métodos utilizados por essa teoria, dando-se importância à forma e não ao significado. No tocante à aquisição da linguagem escrita, a fônica é o intuito de fazer com que a criança internalize padrões regulares de correspondência entre som e soletração, por meio da leitura de palavras das quais ela, inconscientemente, inferir as correspondências soletração/som.

De acordo com esse pensamento, o significado não entraria na vida da criança antes que ela dominasse a relação, já descrita, entre fonema e grafema. Nesse caso, a escrita serviria para representar graficamente a fala.


O método fônico baseia-se no aprendizado da associação entre fonemas e grafemas (sons e letras) e usa, em princípio, textos produzidos especificamente para a alfabetização.


O método que o Brasil empregava antes dos anos 80 não era o fônico, mas o alfabético-silábico, baseado no ensino repetitivo de sílabas.

Diferente do Método Fônico, que é baseado no ensino dinâmico do código alfabético, ou seja, das relações entre grafemas e fonemas em meio a atividades lúdicas planejadas para levar as crianças a aprenderem a codificar a fala em escrita, e, de volta, a decodificar a escrita no fluxo da fala e do pensamento.

O fônico é inteligente, lúdico e nada mecânico. Leva as crianças a serem alfabetizadas muito bem em quatro ou seis meses, quando passam a ler textos cada vez mais complexos e variados. Ele é tão eficaz em produzir compreensão e produção de textos porque, de modo sistemático e lúdico, fortalece o raciocínio e a inteligência verbal.

O Observatório Nacional da Leitura da França e o Painel Nacional de Leitura dos EUA afirmam sua clara superioridade, mas o MEC nunca deu à criança brasileira a chance de aprender com o fônico e colher seus frutos.


No método fônico, a alfabetização se dá através da associação entre símbolo e som. Para que a criança se torne capaz de decifrar milhares de palavras, ela aprende a reconhecer o som de cada letra. De outra forma, ela teria que memorizar visualmente todo o léxico, algo ineficiente do ponto de vista dos defensores do método fônico. O método parte da regra para a exceção.

Quando se usa o método fônico se melhora a compreensão do texto. No método ideovisual, onde o professor dá logo o texto, o que acontece é que a criança tende a memorizar as palavras. Porém, o código alfabético não se presta à memorização fácil porque as letras são muito parecidas. Com isso, o que acontece é que a criança troca as palavras quando lê (paralexia) e troca palavras na escrita (paragrafia). Esses erros ocorrem porque o alfabeto não se presta à memorização visual. Ele tem que ser decodificado. Ele foi inventado pelos Fenícios para mapear sons da fala, por isso é eficiente. Se você sabe decodificar não precisa memorizar.

Quem opta por ser alfabetizador o faz por amor, por idealismo. Uma pessoa idealista é a primeira a se apaixonar pelo seu trabalho quando ele funciona. O método fônico produz resultados extraordinários. Em três meses uma criança está lendo o que não lia em dois anos sob o método ideovisual. As professoras que empregam o método fônico ficam maravilhadas com sua eficácia.

Para aprender é necessário decodificar. Decodificar nada mais é do que converter os grafemas em fonemas. Aprender a pronunciar a palavra em presença da escrita. Quando pensamos em palavras usamos nossa voz interna. Quando lemos em voz baixa escutamos nossa voz. Isto é o processo fônico: a invocação da fala interna em presença do texto. O método ideovisual desestimula esta fala interna. Ele tenta estimular a leitura visual direta, portanto, a memorização. Só que não é possível memorizar ideograficamente todas essas palavras. A forma correta é aprender a decodificar. Quando fazemos isso, naturalmente se consegue produzir a fala e entender o que se está lendo.

Para alfabetizar, a criança deve ser levada a participar da linguagem escrita. Para isso, é necessário um diagnóstico prévio que aponte qual é a relação do sujeito com o texto. Assim, podem-se definir estratégias e exercícios que façam o aluno ler e escrever.

Para Sílvia Colello, os PCN não devem subestimar as crianças e nem reduzir o ensino àquela relação unívoca em que o professor ensina e o aluno silencia. Rodeadas por estímulos visuais e sonoros, televisões, computadores e videogames, seria equivocado crer que elas se interessariam e se reconheceriam verbalmente com frases como “o boi bebe e baba”.

Segundo a professora, é interessante notar que os defensores do método fônico no Brasil são psicólogos, em sua maioria. “Eles não lidam com a língua enquanto sistema em implementação. Eles estão preocupados em encontrar uma metodologia que seja objetiva e controlada, para ensinar a ler e a escrever. Mas só isso não é suficiente hoje em dia”, afirma. De acordo com Colello, pode-se até ensinar a criança a ler e a escrever, mas se anulará o gosto que ela poderia vir a ter pela leitura.

O grande argumento contra os parâmetros construtivistas é o péssimo desempenho do Brasil em diversas avaliações nacionais e internacionais, como no Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb) e em avaliações da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) e da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) desde que o conceito foi incorporado nos PCNs, em 1996.




Bibliografia :


Alfabetização no Brasil - Uma metodologia ultrapassada - Fernando C. Capovilla - RedePsiConstrutivismo não é método para alfabetização - Mariana Garcia, Revista Com Ciência;Construtivismo x Método Fônico - Telma Weisz e Fernando Capovilla (Abrelivros);O método Fônico na Alfabetização de Crianças - Vicente Martins - TextoLivre;

MOMENTO PEDAGÓGICO


CURRÍCULO: REFLEXÕES RUMO A TRANSFORMAÇÃO


Warlen Fernandes Soares Maques


Ao teorizar sobre currículo, percebe-se que a atual prática ainda está enraizada no padrão técnico-linear, hierarquizado, verticalizado. Temos que pensar a prática curricular como uma "trilha", que nos leve a diferentes caminhos. A essência do currículo parte de decisões que vem de fora da sala de aula, que são as decisões políticos/sociais. O currículo rege valores universais e não pode ser entendido apenas como algo que deva ser cumprido em função legal. Temos quatro tipos de currículos:


  • Oficial - é aquele que se expressa no papel.

  • Real - é a apropriação do professor sobre os conteúdos desenvolvidos em sala de aula.

  • Oculto - representa aquilo que não está explícito e não consta como conteúdo. Está vinculado ao campo valorativo.

  • Nulo - aquilo que não se fala em sala de aula.

O educador tem que ter em mente que ao fazer e pensar currículo, suas atitudes não são neutras. E que não há um modelo para ser seguido. Então porque continuamos reproduzindo? Podemos caminhar em sentido oposto ao imposto?Cada educador deverá encontrar a sua identidade. Dentro da sala de aula quem determina o que deve ou não ser eleito como prioridade é ele. A sala de aula deve ser um espaço aberto tanto às sugestões e críticas quanto a construção e busca pelo novo. Vemos currículo ser confundido como grade curricular, como conteúdos. O currículo é um espaço para que as divergências ocorram, para que a reflexão flua, para que as mudanças precedam.
Finalmente, a intenção deste foi o de inquietar, cutucar o educador para que reflita sobre a sua prática e que a prática curricular possa ser flexível, inovadora, praxiológica.


MOMENTO PEDAGÓGICO


Ensinar Bem É...
...Saber planejar



O planejamento é a etapa mais importante do projeto pedagógico, porque é nela que as metas são articuladas às estratégias e ambas são ajustadas às possibilidades reais. Existem três tipos de planejamento escolar: o plano da escola, o plano de ensino e o plano de aula.
O primeiro traz orientações gerais que vinculam os objetivos da escola ao sistema educacional mais amplo. O plano de ensino se divide em tópicos que definem metas, conteúdos e estratégias metodológicas de um período letivo. O plano de aula é a previsão de conteúdo de uma aula ou conjunto de aulas.
O planejamento escolar é um processo de racionalização, organização e coordenação da atividade do professor, que articula o que acontece dentro da escola com o contexto em que ela se insere. Trata-se de um processo de reflexão crítica a respeito das ações e opções ao alcance do professor. Por isso a idéia de planejar precisa estar sempre presente e fazer parte de todas as atividades – senão prevalecerão rumos estabelecidos em contextos estranhos à escola e/ou ao professor.
Para José Cerchi Fusari, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, não há ensino sem planejamento. “Se a escola é o lugar onde por excelência se lida com o conhecimento, não podemos agir só com base no improviso”, diz. “Ensinar requer intencionalidade e sistematização.” O poder de improvisação é sempre necessário, mas não pode ser considerado regra.

Trabalho coletivo


Planejar é um ato coletivo que envolve a troca de informações entre professores, direção, coordenadores, funcionários e pais. Isso não quer dizer que o produto final venha a ser um documento complicado. Ao contrário, ele deve ser simples, funcional e flexível.
E não adianta elaborar o planejamento tendo em mente apenas alunos ideais. Avalie o que sua turma já sabe e o que ainda precisa aprender. Só assim você poderá planejar com base em necessidades reais de aprendizagem.
Esteja aberto para acolher o aluno e suas circunstâncias. E, é claro, para aprender com os próprios erros e caminhar junto com a classe.

Planejar requer:


• Pesquisar sempre;
• Ser criativo na elaboração da aula;
• Estabelecer prioridades e limites;
• Estar aberto para acolher o aluno e sua realidade;
• Ser flexível para replanejar sempre que necessário.

Leve sempre em conta:


• As características e necessidades de aprendizagem dos alunos;
• Os objetivos educacionais da escola e seu projeto pedagógico;
• O conteúdo de cada série;
• Os objetivos e seu compromisso pessoal com o ensino;
• As condições objetivas de trabalho.

Com base nisso, defina:

• O que vai ensinar;
• Como vai ensinar;
• Quando vai ensinar.
• O que, como e quando avaliar.

Revista Nova Escola – dezembro de 2003



O planejamento deve estar presente em todas as atividades escolares. Improvisos às vezes acontecem, mas não podem virar regra.

 
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