Para especialistas, Ideb impulsiona as escolas a quererem melhorar
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) está criando uma cultura de avaliação no País. A opinião da pedagoga Mônica Samia é compartilhada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que já realizou duas pesquisas sobre os impactos causados pela divulgação das notas que medem o ensino nos municípios brasileiros, desde 2007.
Apesar de reconhecer limitações nas estatísticas para avaliar todos os fatores que influenciam a qualidade de ensino nas escolas, Mônica acredita que o Ideb contribui para que professores, coordenadores, diretores e secretários repensem o próprio trabalho. “Ele possui falhas, mas retrata alguma coisa. O Ideb impulsionou as redes a quererem melhorar”, diz.
Calculado a partir das notas dos estudantes em provas de português e matemática, aplicadas na 4ª e na 8ª séries, e das taxas de aprovação dos alunos, o Ideb estabelece metas de crescimento para cada escola, rede, município e Estado. As duas variáveis foram escolhidas para medir o conhecimento dos estudantes e o quanto eles estão avançando nos estudos.
A educadora Maria de Salete Silva, coordenadora do programa de educação do Unicef no Brasil, acredita que os brasileiros precisam mudar o modo como encaram a avaliação. “Dar nota é sempre vinculado à punição, mas o grande objetivo da avaliação deve ser a melhoria. O Ideb é apenas um indicador, mas provocou transformações em diferentes áreas nos municípios que cresceram as médias”, analisa.
Mudanças de postura
Apesar de reconhecer limitações nas estatísticas para avaliar todos os fatores que influenciam a qualidade de ensino nas escolas, Mônica acredita que o Ideb contribui para que professores, coordenadores, diretores e secretários repensem o próprio trabalho. “Ele possui falhas, mas retrata alguma coisa. O Ideb impulsionou as redes a quererem melhorar”, diz.
Calculado a partir das notas dos estudantes em provas de português e matemática, aplicadas na 4ª e na 8ª séries, e das taxas de aprovação dos alunos, o Ideb estabelece metas de crescimento para cada escola, rede, município e Estado. As duas variáveis foram escolhidas para medir o conhecimento dos estudantes e o quanto eles estão avançando nos estudos.
A educadora Maria de Salete Silva, coordenadora do programa de educação do Unicef no Brasil, acredita que os brasileiros precisam mudar o modo como encaram a avaliação. “Dar nota é sempre vinculado à punição, mas o grande objetivo da avaliação deve ser a melhoria. O Ideb é apenas um indicador, mas provocou transformações em diferentes áreas nos municípios que cresceram as médias”, analisa.
Mudanças de postura
A última pesquisa coordenada por Mônica – Caminhos do Direito de Aprender – analisou municípios que foram mal avaliados e conseguiram melhorar o desempenho. Em todos, a vergonha de estar na lanterna os fez mudar. Em Apuarema, município baiano com pior nota na 4ª série, professores e diretores envergonhados sentem o peso de estar no final da lista.
A falta de infraestrutura física das escolas, os problemas socioeconômicos dos municípios, os recursos escassos para investimentos em professores e colégios e a pouca participação dos pais na vida escolar dos filhos não impediram, no entanto, que gestores e educadores cruzassem os braços.
“Espaços adequados e limpos e bons materiais são direitos. As escolas não resolverão sozinhas todos os problemas sociais de onde estão inseridas. Mas os profissionais da educação não podem se isentar da responsabilidade que têm e deixar de buscar alternativas para que os alunos aprendam”, pondera Mônica Samia. Em Boa Vista do Tupim, também na Bahia, a postura dos profissionais foi essencial nesse processo.
Especialista em formação de professores, Mônica critica a naturalização do fracasso escolar. “As escolas serem ruins e meninos não aprenderem é mais natural para o País do que eles irem bem. Essa cultura nociva está enraizada nas pessoas. Com a divulgação de resultados, isso está sendo rompido, porque aparece para a sociedade”, analisa.
Eni Bastos, superintendente de Avaliação da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, concorda. “Desde que o Ideb foi criado, a imprensa, a sociedade, as famílias acompanham o desempenho das escolas, querem saber se elas estão bem ou não. É importante termos uma avaliação externa, para podermos definir políticas para melhorar”, afirma. A superindente diz que os resultados nada confortáveis dos municípios baianos fizeram com que a secretaria estadual decidisse ajudá-los a melhorar.
Segundo Eni, serão realizados encontros com os gestores municipais para explicarem a importância e o funcionamento do índice este ano. Depois, eles pretendem organizar cursos de capacitação para os gestores e os professores. “Não vamos conseguir melhorar a rede estadual se não trabalharmos com a municipal. Precisamos identificar as dificuldades deles o quanto antes, para que eles aprendam”, defende.
Com informações do IG Educação
quinta-feira, setembro 02, 2010
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