Faça sua pesquisa aqui

Ideb: abaixo da meta, particulares avaliam desempenho como positivo



 Embora apresentem desempenho superior ao das escolas públicas na última edição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), as instituições de ensino particulares não conseguiram atingir a meta estipulada pelo Ministério da Educação (MEC) no indicador. Nas séries iniciais do ensino fundamental, o desempenho ficou em 6,5 pontos, 0,1 menos do que a meta. Nos anos finais, a rede atingiu 6 pontos, 0,2 inferior ao esperado. Já no ensino médio, o desempenho foi 0,1 inferior à meta, com 5,7 pontos.
Para a presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios, a rede privada de ensino conseguiu atingir seus objetivos, alcançando um desempenho de quase dois pontos acima do índice verificado pelas escolas públicas. "Considero que atingimos sim a meta, já que conseguimos oferecer aquilo que se esperava de nós. O que fizemos no Ideb é o que se estima que a escola pública possa alcançar apenas em 2020", afirmou.
Segundo os dados divulgados nesta terça-feira, as escolas privadas representam 14,3% dos estudantes matriculados nos anos iniciais do ensino fundamental. Neste nível, o desempenho das escolas particulares foi 1,8 ponto superior ao registrado pelas escolas públicas. Nas demais etapas, a participação passa para cerca de 12% e a diferença de desempenho é de 2,1 pontos nas séries finais do ensino fundamental e de 2,3 pontos no ensino médio. "O diferencial da escola privada se evidencia no ensino médio, o que mostra a deficiência do modelo público nesta etapa da vida estudantil", afirma a diretora-executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz.
Para a especialista, o desempenho das escolas particulares abaixo da estimativa não é motivo de preocupação. "A meta é apenas uma projeção, não significa que precisa ser necessariamente superior ao valor proposto. E as escolas privadas já têm um resultado bastante satisfatório", explica. "É importante destacar também que quanto mais perto do 10, mais difícil é avançar porque já se atingiu um patamar superior", afirma.
Maior participação
A presidente da Fenep aproveitou para criticar a atuação do Ministério da Educação, que não teria dialogado com a rede privada para definir a meta das escolas. "A nossa crítica é no sentido de que isso não foi colocado, não fizemos parte da definição desses números. Para que possamos mobilizar as escolas particulares a participar do Ideb, o MEC deveria ter estabelecido essa interface de diálogo", disse. Ao contrário das escolas da rede pública, a participação das escolas privadas não é obrigatória e, por isso, o resultado é fruto de uma amostragem.
"Temos interesse em ampliar a amostragem, para que o Brasil possa ter uma educação de primeiro mundo. Na rede particular vamos fazer a nossa parte. Vamos tentar corrigir erros e continuar ajudando o Brasil a elevar suas médias de desempenho no ensino", completou Amábile Pacios.
Ideb
A avaliação foi criada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em 2007, com dados contabilizados a partir de 2005, e leva em conta dois fatores que interferem na qualidade da educação: o rendimento escolar (aprovação, reprovação e abandono) e médias de desempenho nas avaliações da pasta (Prova Brasil e Saeb). Os exames avaliam o conhecimento dos alunos em língua portuguesa e matemática no final dos ciclos do ensino fundamental, de 4ª série (5º ano) e 8ª série (9º ano), e no terceiro ano do ensino médio.
Terra

0 COMENTÁRIOS:

 
©2008 Elke di Barros Por Templates e Acessorios