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RJ se inspira em modelo da Coreia do Sul para melhorar a educação



Wilson Risolia se reúne com Lee Kee Yong, secretário de Educação da província de Chungcheongbukdo, no centro da Coreia do Sul, para tratar de intercâmbio na área de ciências exatas (Foto: Daniela Braun/G1)
O sistema educacional da Coreia do Sul é uma das referências para o projeto do governo do estado do Rio de Janeiro de melhorar a qualidade de ensino e formação profissional, segundo o secretário de Educação Wilson Risolia. Na última quinta-feira (20), a delegação da secretaria esteve em Seul, na Coreia do Sul, para visitar pessoalmente os institutos coreanos de Desenvolvimento Educacional (KEDI, na sigla em inglês) e de Avaliação e Currículo (KICE, em inglês), além do Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia.

(Na publicação desta reportagem, o G1 informou que o Rio de Janeiro ocupou a 26ª colocação do Índice de Desenvolvimento da Educação (IDEB) em 2011. O correto é que a 26ª posição se refere ao IDEB de 2009. Em 2011, o estado do Rio ocupou o 15º lugar no índice. A reportagem foi corrigida às 13h11.)
“Estamos em uma posição muito ruim, incompatível com o momento econômico do Brasil e com a agenda extraordinária de eventos. No IDEB [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica referente a 2009], o Rio de Janeiro ficou na penúltima colocação em 26º lugar”, disse o secretário. “Em janeiro de 2011 anunciamos nossa visão para reverter esse quadro e não permitir que os jovens perdessem essa janela de oportunidade. Os investimentos nos Jogos Olímpicos geram ressonância antes, durante e depois do evento. Precisamos preparar esses jovens para estarem prontos para o mercado”, comentou.

Além da Coreia do Sul, Risolia conta que estudou os modelos educacionais da China, dos Estados Unidos e do Chile, países bem colocados no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA). Entre 74 países avaliados pelo PISA em 2009, a Coreia do Sul se classificou em 6º lugar em Matemática, 6º em Ciências e 2º em Leitura. O Brasil ficou entre as posições 57º e 63º no ranking educacional.

Inspirada no modelo coreano, de acordo com o secretário, a rede pública de ensino médio do Rio passou a contar com avaliação periódica de alunos e o currículo mínimo escolar a partir de fevereiro de 2011. A Coreia do Sul também serviu como modelo para a criação de plano de carreiras para professores no ano passado. “A ideia é permitir que o professor ocupe outras funções na rede de ensino, como coordenador pedagógico, orientador educacional ou mesmo na secretaria de educação”, diz Risolia.

Na sexta-feira (21), a delegação reuniu-se com Lee Kee Yong, secretário de Educação da província de Chungcheongbukdo, no centro da Coreia do Sul. Considerada a melhor província do país em Educação, por três anos consecutivos, Chungcheongbukdo possui 238 mil alunos e 14 mil docentes. Seu orçamento anual é de US$ 1,7 bilhão, incluindo verba do governo federal, local e doações.
Intercâmbio e parcerias
Risolia e Lee Kee Yong inciaram uma negociação de intercâmbio entre alunos e professores coreanos e fluminenses. O secretário de Educação do Rio propôs a criação de um colégio nos moldes do programa “Dupla Escola”, no qual o governo coreano seria parceiro na área de ciências exatas, para a educação de futuros cientistas.
O “Dupla Escola” oferece formação técnica complementar ao ensino médio em parceria com empresas desde 2008. Atualmente, oito escolas públicas oferecem cursos técnicos em áreas como administração, agropecuária, panificação, hospedagem e programação de jogos digitais para 1.500 alunos.

Com 49 milhões de habitantes, a Coréia do Sul possui 11,5 milhões de estudantes, 551 mil docentes e investe 4,5% do PIB em educação. Anualmente, 650 mil estudantes prestam vestibular e 99% dos alunos fazem cursos extra curriculares. Cinco anos após se formar, o docente volta para a universidade e faz especialização com carga horária de 300 horas.

No sábado (22), a delegação foi para a China, primeira colocada no PISA 2009, com a missão de voltar ao Brasil com um parceiro para criar uma escola pública bilíngue na rede estadual, segundo Risolia. Recentemente, o governo do Rio firmou uma parceria para criar a primeira escola estadual franco-brasileira em convênio com a Académie de Créteil. “Também buscamos parceiros para criar escolas bilíngues em inglês e espanhol”, informou o secretário.

G1


Com informações do Blog do Professor Ivanilson

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