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Ministros da Educação do Mercosul definem ações para 2013


Crédito: Jane de Araújo / Agência Senado
Os países que integram o Mercado Comum do Sul – Mercosul realizarão, em fevereiro de 2013, um seminário regional de avaliação da qualidade da educação nos países sul americanos. Serão avaliados três itens: os sistemas educacionais; a metodologia dos instrumentos internacionais, especialmente o Programme for International Student Assessment – Pisa, realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE; e a construção de indicadores regionais da qualidade da educação nos países da América do Sul.
A ideia da realização do seminário surgiu durante a 43ª Reunião de Ministros de Educação do Mercosul, realizada na última sexta-feira (23), em Brasília. Participaram do encontro o ministro brasileiro Aloizio Mercadante e os ministros da Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Uruguai e Peru. Todos se comprometeram a elaborar, em conjunto, um documento com análise crítica dos indicadores internacionais de educação do Pisa.
Mercadante declarou que o Pisa é importante para o Brasil, mas a avaliação da educação é muito mais ampla do que o recorte feito pelo exame, que se restringe a alunos de 15 anos. Por isso, o ministro disse que quer criar novos instrumentos de avaliação regional. O documento final, com sugestões dos ministros, será encaminhado ao comitê executivo do Pisa.
Para o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep, Luiz Cláudio Costa, o programa apresenta algumas distorções que acabam empurrando o Brasil para uma posição menos favorável no ranking internacional. “Se queremos comparar exames de diferentes países, isso é um desafio. É preciso o uso apropriado das técnicas estatísticas”, disse.
Já o ministro de Educação da Argentina, Alberto Sileone, afirmou que o Pisa compara realidades incomparáveis. “Nós vamos ratificar nossa permanência no Pisa, mas somos parte de países que têm encontrado uma posição mais soberana de incorporar reflexões próprias”, afirmou. E sugeriu que os países da América do Sul incorporem um critério comum de avaliação da educação, inclusive incluindo áreas não contempladas pelo programa.
Outra ideia que será debatida no seminário é a criação de um programa de bolsas de estudo, custeado peloFundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul – Focem, destinado a financiar projetos em benefício das economias menores do bloco. O programa tem previsão de custar R$ 26 milhões.
Os ministros decidiram, ainda, ampliar a acreditação de cursos nas áreas das Ciências Sociais, incluindo Sociologia e Economia. Também será realizada a publicação de uma revista científica sobre Humanidades, Educação e Ciências Sociais. “Seria uma publicação trilíngue, em português, espanhol e inglês, para valorizar a produção da academia regional científica”, disse o ministro brasileiro.
O vice-ministro de Educação do Uruguai, Luis Garibaldi, sugeriu a criação de um banco de recursos educativos digitais e audiovisuais, de livre acesso a todos os países do bloco. A oficina de trabalho com especialistas será realizada em março de 2013, em Montevidéu.
Com informações da Rede de notícias.
Saiba Mais!
Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul – Focem: Tem por finalidade aprofundar o processo de integração regional no Cone Sul, por meio da redução das assimetrias, do incentivo à competitividade e do estímulo à coesão social entre os países-membros do Mercosul.
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep: É uma autarquia federal vinculada aoMinistério da Educação – MEC, cuja missão é promover estudos, pesquisas e avaliações sobre o Sistema Educacional Brasileiro.
Mercado Comum do Sul – Mercosul: É o programa de integração econômica de cinco países da América do Sul. Em sua formação original o bloco era composto por quatro países: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, entretanto, em julho de 2006 a Venezuela aderiu ao bloco . O bloco também é chamado de Cone Sul porque sua formação original abrangia as nações do sul do continente, formando um cone.
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE: É uma organização internacional de 34 países que aceitam os princípios da democracia representativa e da economia de livre mercado. Os membros da OCDE são economias de alta renda com um alto Índice de Desenvolvimento Humano – IDH e são considerados países desenvolvidos, exceto México, Chile e Turquia.
Programme for International Student Assessment – Pisa: Rede mundial de avaliação de desempenho escolar, coordenada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, com o objetivo de melhorar as políticas e resultados educacionais.
Por Blog Educação

Ministros da Educação do Mercosul definem ações para 2013


Crédito: Jane de Araújo / Agência Senado
Os países que integram o Mercado Comum do Sul – Mercosul realizarão, em fevereiro de 2013, um seminário regional de avaliação da qualidade da educação nos países sul americanos. Serão avaliados três itens: os sistemas educacionais; a metodologia dos instrumentos internacionais, especialmente o Programme for International Student Assessment – Pisa, realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE; e a construção de indicadores regionais da qualidade da educação nos países da América do Sul.
A ideia da realização do seminário surgiu durante a 43ª Reunião de Ministros de Educação do Mercosul, realizada na última sexta-feira (23), em Brasília. Participaram do encontro o ministro brasileiro Aloizio Mercadante e os ministros da Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Uruguai e Peru. Todos se comprometeram a elaborar, em conjunto, um documento com análise crítica dos indicadores internacionais de educação do Pisa.
Mercadante declarou que o Pisa é importante para o Brasil, mas a avaliação da educação é muito mais ampla do que o recorte feito pelo exame, que se restringe a alunos de 15 anos. Por isso, o ministro disse que quer criar novos instrumentos de avaliação regional. O documento final, com sugestões dos ministros, será encaminhado ao comitê executivo do Pisa.
Para o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep, Luiz Cláudio Costa, o programa apresenta algumas distorções que acabam empurrando o Brasil para uma posição menos favorável no ranking internacional. “Se queremos comparar exames de diferentes países, isso é um desafio. É preciso o uso apropriado das técnicas estatísticas”, disse.
Já o ministro de Educação da Argentina, Alberto Sileone, afirmou que o Pisa compara realidades incomparáveis. “Nós vamos ratificar nossa permanência no Pisa, mas somos parte de países que têm encontrado uma posição mais soberana de incorporar reflexões próprias”, afirmou. E sugeriu que os países da América do Sul incorporem um critério comum de avaliação da educação, inclusive incluindo áreas não contempladas pelo programa.
Outra ideia que será debatida no seminário é a criação de um programa de bolsas de estudo, custeado peloFundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul – Focem, destinado a financiar projetos em benefício das economias menores do bloco. O programa tem previsão de custar R$ 26 milhões.
Os ministros decidiram, ainda, ampliar a acreditação de cursos nas áreas das Ciências Sociais, incluindo Sociologia e Economia. Também será realizada a publicação de uma revista científica sobre Humanidades, Educação e Ciências Sociais. “Seria uma publicação trilíngue, em português, espanhol e inglês, para valorizar a produção da academia regional científica”, disse o ministro brasileiro.
O vice-ministro de Educação do Uruguai, Luis Garibaldi, sugeriu a criação de um banco de recursos educativos digitais e audiovisuais, de livre acesso a todos os países do bloco. A oficina de trabalho com especialistas será realizada em março de 2013, em Montevidéu.
Com informações da Rede de notícias.
Saiba Mais!
Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul – Focem: Tem por finalidade aprofundar o processo de integração regional no Cone Sul, por meio da redução das assimetrias, do incentivo à competitividade e do estímulo à coesão social entre os países-membros do Mercosul.
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep: É uma autarquia federal vinculada aoMinistério da Educação – MEC, cuja missão é promover estudos, pesquisas e avaliações sobre o Sistema Educacional Brasileiro.
Mercado Comum do Sul – Mercosul: É o programa de integração econômica de cinco países da América do Sul. Em sua formação original o bloco era composto por quatro países: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, entretanto, em julho de 2006 a Venezuela aderiu ao bloco . O bloco também é chamado de Cone Sul porque sua formação original abrangia as nações do sul do continente, formando um cone.
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE: É uma organização internacional de 34 países que aceitam os princípios da democracia representativa e da economia de livre mercado. Os membros da OCDE são economias de alta renda com um alto Índice de Desenvolvimento Humano – IDH e são considerados países desenvolvidos, exceto México, Chile e Turquia.
Programme for International Student Assessment – Pisa: Rede mundial de avaliação de desempenho escolar, coordenada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, com o objetivo de melhorar as políticas e resultados educacionais.
Por Blog Educação

Área da passeata 'Veta, Dilma', no Rio, está lotada



banner_presalTrês grandes carros de som já estão posicionados na Avenida Rio Branco, no Rio, prontos para o início da passeata "Veta, Dilma: contra a injustiça, em defesa do Rio", em protesto ao projeto aprovado no Congresso que redistribui os royalties e participações especiais do petróleo, reduzindo a parcela de Estados produtores. A área em torno da Candelária já está lotada de manifestantes.
O governador Sergio Cabral acompanhará a manifestação do chão e não deve discursar. Não há horário oficial para a chegada do governador, mas um encarregado da segurança disse que a comitiva deve chegar às 17h. A passeata esta marcada para as 14h.
Os carros de som começaram a esquentar o público ao som de Tim Maia, alternando músicas com discursos sobre as perdas que o Rio sofrerá caso seja sancionado o projeto de lei do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Haverá distribuição de camisetas para os manifestantes. Ao chegar à Cinelândia, artistas farão a leitura de um manifesto. Entre eles, está Fernanda Montenegro.
Os manifestantes pedem o veto da presidente Dilma Rousseff ao texto do senador Vital do Rêgo, aprovado na Câmara. O projeto, além de mudar a divisão para campos ainda a serem licitados, também redistribui as parcelas do tributo para campos já contratados. A presidente tem até sexta-feira para se manifestar.
Dilma pode vetar o texto integralmente, parcialmente ou sancioná-lo. Neste último caso, Rio de Janeiro e Espírito Santo, os Estados mais afetados, prometem levar o pleito do Supremo Tribunal Federal (STF). O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, marcou presença na passeata junto com uma comitiva de seu Estado.
Entre os argumentos dos Estados produtores está a de que mudar as regras de campos já licitados é inconstitucional. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), os royalties são uma compensação financeira devida ao Estado Brasileiro pelas empresas que produzem petróleo e gás natural no território brasileiro.
A agência diz que se trata de uma remuneração à sociedade pela exploração desses recursos não-renováveis. "São pagamentos, entre outras participações governamentais, previstos no regime de concessão (Lei no 9.478/1997 - Lei do Petróleo), na cessão onerosa de direitos de exploração e produção à Petrobras (Lei no 12.276/2010) ou no regime de partilha da produção nas áreas do pré-sal e outras áreas estratégicas (Lei no 12.351/2010)", diz a ANP em seu site.
O pagamento dos royalties é feito mensalmente pelas empresas à Secretaria do Tesouro Nacional (STN), que tem como atribuição repassá-los aos Estados e municípios brasileiros, ao Comando da Marinha, ao Ministério da Ciência e Tecnologia e ao Fundo Especial.


Por Estadão

Mercosul criará indicador latino-americano de educação



Ministros da Educação de países do Mercosul discutiram nesta sexta-feira a criação de um novo indicador educacional latino-americano. Serão incluídos na avaliação do indicador os sistemas educacionais; a metodologia dos instrumentos internacionais, especialmente o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a construção de indicadores regionais da qualidade da educação nos países da América do Sul.

Participaram da reunião os ministros da Educação da Argentina, Alberto Sileone; do Brasil, Aloizio Mercadante, também presidente pró-tempore do Mercosul Educacional; e o vice-ministro da Educação do Uruguai, Luis Garibaldi. Chile, Equador e Peru também estiveram representados. O Paraguai, que está suspenso do bloco, não participou.
De acordo com o ministro da Educação do Brasil, Aloizio Mercadante, o indicador regional deve seguir os moldes do Prova Brasil, aplicado atualmente aos alunos matriculados na quarta e oitava séries (quinto e nono anos) do ensino fundamental e na terceira série do ensino médio. Os estudantes respondem a itens de português, com foco em leitura, e matemática, com foco na resolução de problemas.
Segundo Mercadante, será realizado um seminário em fevereiro, em Buenos Aires, para definições técnicas e metodológicas da avaliação regional. Questionado se haverá prova específica para a construção do novo indicador, o ministro afirmou que a decisão será tomada em conjunto pelos países participantes no seminário de fevereiro.
''Neste momento, é prematuro afirmar isso sobre aplicação de nova prova. (¿) Há metodologias distintas, vamos trocar esses instrumentos e a partir daí ver o que vamos construir de indicadores comuns'', explicou o ministro da Educação. Devem fazer parte do novo indicador os seguintes países: Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Uruguai e Peru De acordo com o ministro, a ideia da maioria dos países membros do Mercosul Educacional é permanecer no exame Pisa, mas aprimorar o instrumento. A avaliação tem um dos focos na comparação intercultural de estudantes de 70 países avaliados. Países como Equador e Bolívia não participam do exame. Entre as metas do Pisa está o monitoramento de tendências, prover indicadores internacionais e promover o debate público em relação à educação. No caso da avaliação no Brasil, o programa seleciona 850 escolas para construir o índice.
O Pisa é aplicado a cada três anos e avalia o conhecimento de estudantes de 15 anos de idade em matemática, leitura e ciências. Em 2009, participaram 65 países e o Brasil ficou em 54° lugar, quando a ênfase foi dada sobre o domínio da leitura. Em 2012, a ênfase será em matemática. Para o presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Cláudio Costa, o Pisa apresenta distorções que empurram o Brasil para uma posição menos favorável no ranking internacional. Entre as distorções citadas por Costa estão problemas metodológicos, como o fato do recorte de escolas ser escolhido pela própria organização responsável pelo Pisa, o que não resulta em um retrato fiel do nível educacional brasileiro. Ele citou também o caso da China, que tem uma posição melhor que o Brasil no exame, em que as escolas são selecionada pelo próprio país e são todas da cidade de Xangai. No Brasil, é o próprio Pisa quem seleciona os colégios.
O ministro anunciou ainda a distribuição de mil bolsas de intercâmbio para alunos de graduação, de doutorado e docentes nos países do Mercosul. O investimento previsto é R$ 25,8 milhões oriundos do Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul (Focem). Ao todo serão oferecidas 3 mil bolsas anuais. A definição quanto à distribuição das bolsas será discutida na próxima reunião do grupo, no dia 7 de dezembro.


Com informações do Blog do Professor Ivanilson

Quais são as possibilidades das receitas com royalties irem para a educação?


Não basta citar no novo PNE a intenção de destinar todas as receitas com royalties do petróleo para a educação pública. É preciso determinar claramente essa vinculação na futura Lei dos Royalties.



Depois de aprovar a meta de investimento em educação pública equivalente a 10% do PIB ao final do décimo ano de vigência do novo PNE (Plano Nacional de Educação), a Câmara dos Deputados optou por desconsiderar a proposta de vinculação de toda a receita com royalties à área. Por uma diferença de apenas 9 votos, o dia 6 de novembro marcou a primeira derrota dos movimentos educacionais no Congresso Nacional em 2012. 

Para quem não conhece o parlamento, o ano foi atípico. Contrariando todas as expectativas de analistas políticos e a torcida de alguns setores empresariais, a sociedade civil que incide pela universalização do direito à educação, em grande parte coordenada pelo movimento "PNE pra Valer!", liderado pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, contribuiu decisivamente na aprovação unânime do texto do novo PNE, no âmbito da Comissão Especial da Câmara dos Deputados. 

Posteriormente, em setembro, contra o empenho de toda a coordenação política do Governo Federal, a sociedade civil foi capaz de derrubar o recurso 162/2012, apresentado com a justificativa de atrelar a votação do PNE à vinculação das receitas com royalties à educação. Por dedução lógica, se o recurso legislativo tivesse sido mantido, hoje não teríamos nem encaminhado o PNE ao Senado Federal, nem a demanda pública por 100% dos royalties do petróleo para a educação. Ou seja, embora muito criticada, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação agiu certo ao trabalhar obstinadamente, e com sucesso, pela derrubada do referido recurso. 

Diante dessas vitórias marcantes, reside a pergunta: por que a educação foi derrotada justamente na definição de uma fonte de financiamento decisiva para o cumprimento das metas do novo PNE? Três explicações têm sido as mais comuns. A primeira defende que a maioria da Câmara dos Deputados nem pensou em prejudicar ou beneficiar a educação, pensou em derrotar o Governo Federal para beneficiar suas bases eleitorais, marcadamente composta por prefeitos de municípios médios e pequenos. A segunda explicação corrente argumenta que foi a bancada da saúde e de outras áreas sociais que impôs a derrota à educação. Por último, há aqueles que afirmam que o Governo não agiu com o empenho necessário e acabou indo desarticulado para a votação. Enfim, jogou para perder. 

Em primeiro lugar, não acredito que a saúde tenha trabalhado contra a educação. A disputa entre direitos sociais é descabida. E, pragmaticamente, é quase impossível que isso tenha acontecido: a bancada sanitarista está gravemente enfraquecida, acumulando derrotas há anos. 

Eu estava presente no plenário no dia da votação. Não tenho dúvida de que a lógica paroquial prevaleceu. Além disso, é preciso incluir na explicação sobre as motivações dos votos dos e das parlmentares o fato de que a maior parte dos governadores e prefeitos, pouco imbuídos de espírito republicano, prefere ficar livre para desperdiçar o dinheiro público em seus projetos imediatistas de poder. Priorizar o investimento em educação é, na maioria das vezes, apenas uma estratégia de retórica eleitoral. 

Sobre a postura do Governo Federal, sendo testemunha ocular da votação, tenho clareza de que ele agiu desarticulado, como quase sempre age. Contudo, não posso aceitar que tenha falhado de propósito em tema tão importante. Desleixo no trabalho congressual é costume e poder servir até como uma explicação, embora seja injustificável, no entanto contrariar a palavra da Presidenta é absurdo para qualquer base parlamentar. 

Diante do fato, quais são as possibilidades para correção do equívoco na destinação das receitas com royalties? A primeira seria a Presidenta Dilma Rousseff vetar global ou parcialmente o texto do PL 2565/2011, aprovado em caráter terminativo pela Câmara dos Deputados e que apresenta falhas técnicas graves. Concomitantemente ao veto, seria necessário editar uma MP (Medida Provisória) dedicada a corrigir os erros e destinar 100% da receita com royalties para a educação. Esse é o melhor, mais preciso e mais rápido caminho. E para trilhá-lo é preciso coragem, vontade política e resolução da Presidenta Dilma Rousseff. 

A segunda seria incluir, no corpo da lei do novo PNE, uma alteração pontual e determinada à futura Lei dos Royalties, aperfeiçoando-a diretamente. Aqui é importante deixar explícito de que uma mera citação do vínculo de 100% da receita com royalties à educação não resolve o problema do financiamento público da área. Sem alterar diretamente a futura Lei dos Royalties, o PNE só apresentará uma demanda legislativa futura, a ser resolvida em algum dia, provavelmente quando parte dos recursos advindos da exploração do petróleo já tiver sido tristemente desperdiçada. Não podemos nos limitar mais a boas intenções. 

Assim, é preciso permanecer vigilante. A sociedade civil deve se mobilizar e exigir uma solução prática, efetiva. No mínimo, a futura Lei do PNE deve empreender essa vinculação alterando diretamente a Lei dos Royalties. Em termos de financiamento da educação, a história comprova: não bastam boas intenções. 

Portanto, é melhor e mais imediato vetar todo ou parte do texto aprovado na Câmara dos Deputados e editar uma boa Medida Provisória para corrigir a Lei dos Royalties, resolvendo definitivamente a questão. 

Nesse sentido, é ótima a iniciativa da CNTE (Confederação dos Trabalhadores em Educação) em lançar a campanha #VETAtudoDILMA!, inclusive por meio de uma petição pública no Avaaz. Quem deseja que 100% dos royalties do petróleo sejam destinados à área deve assinar e divulgar a iniciativa imediatamente! Para saber mais, basta visitar o site da entidade:www.cnte.org.br.

Com informações Blog - Daniel Cara

Como usar a nota do Enem para saber se a escola é boa -- ou não


O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foi criado para avaliar a qualidade do ensino médio. Desde 2006, o MEC (Ministério da Educação) tem divulgado a nota do Enem por escola, com dados da prova do ano anterior. E esse indicador tem sido bastante utilizado como critério de escolha da escola -- principalmente entre as particulares. Afinal, se a escola conseguir uma boa nota, ela oferece um bom ensino certo? Mais ou menos. E a gente vai explicar por quê.
Em 2011, a média nacional das notas do Enem por escola foi de 494,64 -- resultado 16 pontos mais baixos do que o obtido em 2010.
O Enem é composto por quatro provas de múltipla escola, com 45 questões, mais uma redação -- são avaliados conhecimentos de ciências humanas, ciências da natureza, linguagens e códigos, além de matemática.

Verifique quantos alunos participaram

Em primeiro lugar, é preciso lembrar que o Enem é um exame voluntário. Por isso, não se pode olhar apenas a nota e rotular a escola. Este ano, o MEC optou por divulgar as notas por escola apenas das instituições em que ao menos 50% dos alunos tivessem feito a prova, sendo que esse percentual teria de ser igual ou superior a dez estudantes.

Vai comparar? Compare bananas com bananas

Quando as listagens saem -- e com elas os rankings com as maiores notas --, é natural os pais, os alunos e mesmos os professores correrem para comparar as notas das suas escolas com as melhores. Mas, como saber se uma escola é boa mesmo?
"Acho intressante que possa comparar entre os que se aproximam", recomenda Malvina Tuttman, ex-presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). Segundo ela, o melhor é comparar as escolas dentro do grupo ao qual ela pertença: o grupo das escolas públicas ou particulares ou escolas que estejam no mesmo bairro. "Comparar escola pública e privada talvez não seja a melhor opção", completa.
Colocar lado a lado uma instituição pública e outra particular seria o mesmo que tentar comparar bananas com maçãs. Infelizmente.

VEJA OS RANKINGS NACIONAL E POR UF

ACALAPAMBACEDFESGOMAMTMSMGPA
PBPRPEPIRJRNRSRORRSCSPSETOBR

Enem por escola não avalia tudo

Todo mundo adora os rankings, para saber quem são os primeiros -- e, muitas vezes, para apontar também os últimos colocados. Mas não apenas o Inep e o MEC, como todos os especialistas, fazem questão de lembrar que o desempenho no Enem não é o único indicador de qualidade da educação. Há uma série de outras caracaterísticas das escolas que devem ser levadas em conta como o tipo de ensino que oferece, se os alunos são motivados. No caso do ensino médio, é importante que combinar o perfil da escola e do estudante.
"As escolas têm outras questões que precisam ser consideradas como os valores éticos, culturais, técnicos-científicos", conclui Malvina.
UOL Educação

Divulgação de média do Enem contraria documento do MEC enviado às escolas


O Ministério da Educação (MEC) não cumpriu o que havia anunciado às escolas sobre a divulgação das médias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011. Em outubro, ao liberar os resultados para os diretores, o MEC afirmara que não calcularia a média por escola, de modo a evitar rankings. Mas a pasta manteve a divulgação de médias por estabelecimento - apesar de ter ignorado nessa conta a nota da redação. Essa decisão provocou críticas das escolas, além de ter prejudicado a comparação com os resultados dos anos anteriores.
Neste ano, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC responsável pelo Enem, liberou o acesso dos diretores às médias antes da divulgação para a imprensa. Na nota, o Inep era taxativo: "A divulgação das médias (será) apenas para cada Área do Conhecimento e para Redação, não havendo mais a divulgação de uma única média por escola". O que não ocorreu.
A divulgação das médias das escolas sempre foi polêmica, por ser visto como incentivo indireto à elaboração de rankings. Além disso, algumas escolas discordavam sobre o peso que a redação adquiria no cálculo da média.
Até 2011, o Inep produzia uma média ponderada entre as notas das quatro partes da prova e da redação, de modo que o peso dos textos no índice geral era de 50%. Sem o índice de participação de alunos na redação, que o Estado solicitou e o MEC promete divulgar na segunda-feira, não é possível calcular as médias e, assim, compará-las com as dos anos anteriores. Apesar disso, é possível constatar que o Colégio Objetivo Integrado, por exemplo, não tem a melhor média geral do Brasil. O colégio obteve a maior média nas provas objetivas, mas tem a 31.ª nota em redação. Na segunda, o MEC também deve divulgar a média nacional da redação, contando as escolas que não tiveram as notas divulgadas anteontem.
Comparação. Silvio Freire, diretor do ensino médio do Colégio Santa Maria, de São Paulo, diz que, para ser justo, o parâmetro de comparação deveria ser o mesmo do dos últimos anos. "O MEC podia ter eliminado a média por escola, como havia prometido, ou mantido como era. Mas escolheu a média só com as provas objetivas, que foi a pior alternativa."
Para Freire, a redação deve ser considerada no cálculo por conta da amplitude de avaliação que ela oferece. "O dado mais pleno da qualidade real da escola é a média considerando a redação com ponderação maior. É a única prova dissertativa e exige diferentes habilidades."
O MEC informou que cumpriu o prometido e, de fato, as escolas não receberam uma média geral. Mas alega que a divulgação dessa média para a imprensa, anteontem, teria ocorrido por pressão da própria imprensa.

ESTADÃO

MEC divulga resultado do Enem 2011 por escola; veja lista



O Ministério da Educação (MEC) divulgou nesta quinta-feira as notas das escolas públicas e privadas que tiveram alunos inscritos na edição de 2011 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Apenas instituições de ensino com mais de 50% de participação e o mínimo de 10 alunos foram consideradas. Veja a relação por escola no site do MEC.
A previsão era que os dados do exame do ano passado fossem divulgados na próxima segunda-feira, mas, de última hora, o MEC resolveu antecipar o anúncio e marcou uma entrevista coletiva com o ministro Mercadante.
A divulgação do desempenho seguiu o modelo já adotado no ano passado, quando foi criada uma divisão das escolas em grupos de acordo com o percentual de participação na prova. 
Com cerca de 5,3 milhões de inscritos, o Enem de 2011 foi aplicado nos dias 22 e 23 de outubro daquele ano. A edição do exame foi marcada pelo vazamento de questões em uma escola particular de Fortaleza (CE), já que alunos tiveram acesso antecipado a perguntas da prova, utilizadas em um pré-teste aplicado pelo Inep no colégio. Apesar do vazamento, o exame não foi cancelado, apenas os estudantes da escola precisaram fazer uma nova prova. 

Terra

Com informações do Blog do Professor Ivanilson

'Sou a favor da inclusão, e inclusão não significa cotas', diz reitor da USP



João Grandino Rodas, reitor da USP (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)
João Grandino Rodas está prestes a encerrar seu terceiro de quatro anos de gestão como reitor da Universidade de São Paulo (USP). Desde janeiro de 2010, ele já enfrentou, entre outros desafios, o assassinato de um estudante no estacionamento de uma das faculdades da Cidade Universitária; aocupação do prédio da reitoria por estudantes pedindo o fim do convênio com a Polícia Militar após o crime, uma investigação do Ministério Públicopor uso indevido de verba pública; e a suspensão da licitação de um inovador e milionário sistema de iluminação nos campi da principal universidade do país.
Agora, com a entrada em vigor da lei que, até 2016, vai garantir metade das vagas nas universidades federais para estudantes de escola pública, o debate sobre cotas sociais e raciais voltou a ganhar a atenção da sociedade.
O texto final da lei retirou as universidades estaduais da obrigatoriedade de reservar vagas e, portanto, a USP segue livre para decidir como selecionar seus alunos. Em entrevista ao G1 concedida durante a cermiônia do Prêmio Santander Universidades, na quarta-feira (21), Rodas afirmou que é a favor da inclusão, mas que estudantes só devem ser selecionados fora do critério de mérito se a instituição tem recursos e profissionais para compensar o "gap" entre os "melhores alunos" e os "melhores alunos de certas categorias". "Sou a favor da inclusão. Agora, inclusão não significa cotas", afirmou.
As críticas e ataques de estudantes e dos sindicatos de funcionários e professores parecem não abalar Rodas. No último vestibular da Fuvest, uma redação destacada como modelo continha umamensagem escondida destacando letras que formavam a frase "Fora, Rodas, fora PM". Ele diz que não se preocupa se o fato se repetir no vestibular da Fuvest que começa neste domingo (25), com a prova da primeira fase. "Que façam quantas quiserem." Leia a entrevista:
G1 - Como estão os preparativos e a expectativa para a Fuvest deste domingo?
João Grandino Rodas - 
Pelas conversas com alguns diretores, sei que está indo tudo bem, como aliás sempre houve na Fuvest. Tenho certeza que as mais de dez mil vagas da universidade serão muito bem distribuídas e o que a gente espera obviamente é que esse ano se repita aquilo que é já o DNA da Fuvest, das coisas saírem sem problemas.
No último vestibular, a Fuvest escolheu como modelo uma redação que tinha uma mensagem subliminar sobre o senhor. O que o senhor achou disso?
Não tenho nenhum comentário a fazer, realmente nenhum.

O senhor não está esperando nada disso na prova de redação da segunda fase Fuvest 2013?
Nada, nada. Mas que façam quantas quiserem. Isso demonstra justamente o tipo de pessoa que é. Ela se retratou [no sentidio de que se revelou].
Trecho da redação com mensagem subliminar de protesto contra a gestão de João Grandino Rodas na USP (Foto: Reprodução)Redação com mensagem subliminar contra a gestão de João Grandino Rodas na USP (Foto: Reprodução)
O senhor acha que na sua gestão vamos ver algum debate mais eficaz sobre a implantação de cotas na USP?
Nós já estamos tendo.
O senhor é favor?
Pessoalmente, eu sou a favor da inclusão, acho que a inclusão é uma coisa importante. Agora, preferia não dizer qual seria a minha preferência. A preferência de uma pessoa não muda muito. A inclusão é possível. Agora, a inclusão não significa cotas, de per se (por si mesma), embora possa significar. Universidades de ponta, de pesquisa, como a USP, precisam encontrar uma saída para conciliar duas coisas que parecem inconciliáveis, mas que não são. Em primeiro lugar, atrair os melhores alunos, porque aí está uma das bases, porque senão ela deixa de ser o que é, não em prejuízo dela própria, mas em prejuízo do Brasil todo. E, ao mesmo tempo, quando se fala em inclusão, não se trará só os melhores alunos. Se trará melhores alunos de certas categorias. Agora, se a gente encontrar uma forma de fazer com que esses melhores alunos de certas categorias, sejam econômicas, ou o que seja, e que eles possam, mesmo dentro da universidade, cumprir aquele gapque eles têm, que isso possa compensar o menor preparo. Dessa forma, não atrapalharão de maneira nenhuma a subida de uma universidade de pesquisa, mas, pelo contrário, poderão ajudá-la a fazê-lo.
O senhor acha que a USP está um pouco atrasada em tentar achar essa solução?
Não, porque não depende só da gente. É fácil falar “USP” achando que ela é autônoma, isso é irreal. Para fazer isso que estou dizendo, qual seria, o seguimento muito de perto das pessoas que entram por alguma forma de inclusão, isso demanda recurso, isso demanda pessoal, e são duas coisas que são muito limitadas nas universidades públicas.
A USP depende de quem?
O recurso depende obviamente do Estado, e mesmo tendo recurso, a gente não pode contratar, porque tem que criar as vagas por lei. É muito fácil dizer ‘ah, a universidade não fez’. Como que nós vamos contratar gente, por exemplo? Como? O que acontece, que a gente vê em outros lugares, mesmo nas próprias universidades federais, em que é bonito o projeto, mas a prática não responde ao projeto, porque, a menos que haja um esforço absolutamente grande para que essas condições sejam dadas. Portanto, se a USP (como exemplo, poderia ser a Unesp ou a Unicamp), assume um projeto desses e não tem essas bases fundamentais, obviamente vai ficar pior do que está. O fato de a USP hoje estar muito bem é quase um milagre. Nossos professores são sempre aqueles, a gente não pode competir pelos melhores nem dentro do Brasil. É nisso que a gente precisa pensar. A USP é limitada, ela não pode buscar recurso porque ela tem recurso do governo. Se vai buscar na iniciativa privada dá problemas como aqueles que você já conhece, tem os grupos ideológicos que são contra. É um conjunto bastante complexo.
Como está a questão da reforma do sistema de iluminação na Cidade Universitária?
Já estão feitos e licitados, portanto, já cumpridos, toda a tarefa dos projetos, dos oito campi da USP no estado. Primeiramente foi feito há vários meses a licitação do projeto do campus da Cidade Universitária, mas hoje já foram feitos todos os projetos. E essa seria a terceira e quarta licitação, que são licitações para executar o projeto. Essa terceira licitação é somente o campus da Cidade Universitária. Foi, como ainda é, a primeira grande licitação brasileira desse novo sistema, de LED. Nós não temos nenhuma outra licitação antes feita. É claro que nós vamos ter muitas no futuro, então ela foi o teste. E neste teste, o que se passou? É normal que haja acertos sendo feitos inclusive pelo próprio órgão, que é o Tribunal de Contas, porque a partir dessa licitação se faz um parâmetro para todas as outras e nós temos praticamente todos os municípios brasileiros que irão fazer, porque o futuro é LED.
Foi nessa licitação que houve o questionamento sobre direcionamento?
Essa questão é bastante complexa porque, falar em direcionamento já dá uma impressão má, quando na realidade não é isso e não houve isso. O problema se baseia em primeiro lugar em quem pode se candidatar, com que experiência em LED. Aí é que vem. Por exemplo, há pouquíssimas no Brasil já feitas. Isso, depois desses meses todos, a própria universidade aceitou, e não poderia deixar de ser, todas as observações feitas pelo Tribunal de Contas. Portanto, o que se espera dessa próxima licitação, a terceira e a quarta, a terceira da Cidade Universitária e quarta que é de todos os outros sete campi. Talvez [a soma dos valores do serviço de] todos os campi dê um pouco menos que a Cidade Universitária. Então, na realidade estamos desbravando não só para nós, mas para o Brasil todo como é que se fará uma licitação nesse nível. Aceitamos todas as colocações que foram feitas e está mais ou menos prestes, algumas semanas, para se abrir essa terceira licitação.
Cidade Universitária receberá nova iluminação em 2012 (Foto: Arquivo/ G1)Cidade Universitária receberá nova iluminação em
2012 (Foto: Arquivo/ G1)
Não seria mais fácil e mais rápido para instalar uma iluminação comum e garantir a segurança do campus?
Isso não foi simples pelo jogo de interesses das empresas, então nós não podíamos prever. A questão dos benefícios de uma iluminação desse gênero é algo que é insofismável, sai muito mais barato a médio prazo que a outra e é muito mais efetiva. É um jogo de empresas, nós sabemos que isso existe, isso acontece em todas as licitações novas, como por exemplo que foi uma das linhas do Metrô de São Paulo, em que se licitou juntas, as vias que são cavadas na terra e o trem que ia entrar nelas. Se disse por muito tempo: por que não se fez só a via, depois só o trem, que seria mais rápido? O problema é que as coisas são casadas. Depois disso, resolveu o problema. Se todos pensassem que seria mais fácil fazer o atrasado, nós nunca iríamos evoluir. E a universidade tem a obrigação de evoluir. Por que hoje a iluminação nos campi da USP não é aceitável? Por que foi feita aos poucos, era puxar cinco lâmpadas, puxa outras cinco, são sistemas que não funcionam. É impossível em uma cidade universitária que tem o tamanho de 400 quarteirões de 100 metros por 100 metros nós fazermos alguma coisa pequena. É impossível.

Por G1

Com informações do Blog do Professor Ivanilson

MEC define diretrizes para educação nas comunidades quilombolas



O Ministério da Educação (MEC) publicou no Diário Oficial da União desta quarta-feira as diretrizes que vão reger a educação escolar básica quilombola, respeitando as especifidades socioculturais desses grupos. As orientações valem para as instituições de ensino básico instaladas nos territórios quilombolas e para as de ensino à distância.
A grade curricular dessas escolas deverá abordar festejos, tradições e demais elementos culturais das comunidades quilombolas, levando em conta até mesmo hábitos alimentares, na hora de planejar a merenda.
As diretrizes preveem a participação de lideranças dos quilombos na reorganização dos ajustes previstos.

Só 11% da verba de projetos educacionais para igualdade racial foi usada



Perto de completar uma década, a Lei nº 10.639 quase não saiu do papel. Ela tornou o ensino de história e cultura afro-brasileira obrigatório nos currículos do ensino fundamental e do ensino médio. Isso implica tratar da história da África, a luta dos negros no Brasil e suas contribuições para o desenvolvimento do País nos diferentes níveis de ensino.
Colocá-la em prática significa não só mudar currículos para tratar o tema de diferentes maneiras nas escolas, mas formar professores para isso. As recomendações e diretrizes do Ministério da Educação e do Conselho Nacional de Educação nesse sentido são numerosas, mas as duas frentesnão fazem parte da rotina nas escolas e nas universidades.
Ainda há poucos projetos sendo executados nas escolas e a formação não está nos currículos dos professores.
Levantamento obtido pelo iG mostra que, na maioria das universidades e institutos federais do País,disciplinas que tratam das relações étnico-raciais não são oferecidas e, quando existem, têm caráter optativo.
 
Em paralelo, os recursos destinados a financiar ações em escolas e universidades sobram nos cofres públicos. De acordo com o Siga Brasil, sistema de informações sobre orçamento público, pouco mais de 11% da verba reservada para projetos educacionais que promovam a igualdade racial em 2012 foram usados até o momento.
De acordo com o relatório de novembro da Lei Orçamentária Anual (LOA), no início de 2012, o montante destinado às ações educacionais para o tema era de R$ 1,3 bilhão. Foram executados R$ 149 milhões (11,5% do total). Além desse total, outros 126 milhões foram comprometidos com as ações, mas não chegaram a ser pagos até este mês.
A maior parte desses recursos foi gasta em ações na educação básica (14,3% dos R$ 908 milhões destinados a isso). A verba se destinou às ações de capacitação e formação inicial e continuada de professores e profissionais e ao apoio das atividades em comunidades do campo, indígenas, remanescentes de quilombos e crianças com deficiência.
Nas universidades, apenas 5% do orçamento foram usados. Quase tudo dos R$ 390 milhões destinados ao ensino superior deveriam dar suporte a entidades não-federais (R$ 350 milhões) e nada foi executado. O recurso de fato aproveitado nessa etapa de ensino foi o dedicado às bolsas de permanência. Dos 39 milhões, 49% foram gastos com os programas.
A dificuldade em utilizar os recursos, no entanto, não se restringiu à área educacional. Os dados mostram também que apenas 9,56% dos R$ 1,9 bilhão destinado à igualdade racial foram gastos até novembro.
Burocracia X falta de projetos
Na opinião do técnico em gestão educacional Antonio Gomes da Costa Neto, que realizou levantamentos para verificar o cumprimento da lei 10.639 no orçamento e junto às universidades, a sobra de recursos é a prova de que a aplicação da lei engatinha. “Os recursos não são poucos, mas não estão sendo gerenciados como deveriam. As secretarias deveriam criar mais programas e os gestores, induzi-los”, afirma.
Para Ana Marques, coordenadora de Educação em Diversidade da Subsecretaria de Educação Básica do Distrito Federal, a burocracia “emperra” a utilização dos recursos. “O dinheiro está lá, mas, às vezes, ele é fictício, porque precisamos passar por caminhos muito complicados para chegar até ele”, critica.
A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação afirma que há universidades e projetos que aplicam bem os recursos. “As atribuições contidas do MEC contemplam: promover, de forma colaborativa com Estados, municípios, instituições de ensino superior e entidades, a formação de professores e a produção de material didático para atendimento da lei e criar mecanismos de supervisão, monitoramento e avaliação do plano de implementação da lei. Há experiências exitosas.”
Esforços individuais
A Lei 10.639, de janeiro de 2003, determinou que o conteúdo referente à história e à cultura afro-brasileira e africana seria assunto de todos os currículos escolares da educação básica, “especialmente” nas disciplinas de artes, literatura e história. Em 2008, a Lei 11.645 deu a mesma orientação para a temática indígena. O termo “especialmente”, no entanto, se tornou quase exclusivamente.
Na prática, coordenadores e professores contam que o conteúdo só aparece nessas disciplinas. Quando aparece. Depende de iniciativas isoladas, de professores sensíveis ao tema. Em geral, negros. “Geralmente, a iniciativa parte de um professor negro. No imaginário social, quem tem de tratar de negro é negro. A lógica não pode ser essa”, afirma Ana Marques. A coordenadora do Distrito Federal acredita que falta muito para a lei se tornar realidade nas escolas.
“A aplicação da lei não aconteceu. As universidades não cumpriram as mudanças na formação e as escolas só falam do negro no Dia da Consciência Negra”, comenta Ana Marques. A data foi instituída pela lei 10.639 e é comemorada nesta terça, 20 de novembro. Para muitos professores, Ana ressalta, não há necessidade de debater o tema. “A primeira e maior dificuldade ainda é a ideia de que temos uma democracia racial”, diz.
Euterlúcia Souza e Shirley Cunha, professoras de história do Centro de Ensino Médio 1 do Gama, no Distrito Federal, concordam. No colégio, que tem uma das práticas mais duradouras na área, só as duas cuidam dos projetos que incorporam a lei. As duas são negras. “Nosso sonho é que essa fosse uma preocupação da escola e não de nós duas”, desabafa Euterlúcia.
No CEM 1, as três séries do ensino médio têm projetos sobre o tema. Mas a intensidade da conversa sobre essas relações cresce no 3º ano. Durante os dois anos anteriores, a tentativa das professoras, que contam com o apoio de alguns docentes da filosofia, português e artes, é trabalhar a identidade dos jovens. Eles são convidados a pensar em suas origens e seu futuro. No 3º ano, um grande seminário é promovido durante dois dias sobre o tema.
“Nós buscamos trazer conhecimento para a escola. Mas é muito difícil conseguir verba para o material, o lanche. Mas tem dado certo”, conta Shirley. Euterlúcia lembra que a escola se preocupa em não fazer do encontro apenas uma festa. “O trabalho não pode ser pontual. Precisa deixar um legado para esses estudantes e a escola”, ressalta.
Pelo jeito, o objetivo das professoras tem sido atingido. Estudantes do terceiro ano garantem que muita coisa mudou na vida deles depois do projeto. Arthur Dias Bernardo, 17, conta que não concordava com as cotas, carregava preconceitos, faltava informação. “Eu não tinha conhecimento e agora tenho”, diz.
Izabella Vieira, 16, defende que outras disciplinas também insiram o tema em suas aulas. Para Thaylinne Lima, 17, o assunto não deveria ganhar visibilidade só nessa época do ano e os seminários deveriam ser estendidos para as outras séries. “A gente deveria discutir preconceito e racismo desde a infância, para chegarmos mais maduros no ensino médio”, afirma Catrina Nonato, 17.

Maria Clara Aragão Alves, 17, lembra que não só a escravidão conta a história dos negros. “Não se fala muito da cultura que eles nos deixaram. Por isso a lei também é importante”, diz.
A Secretaria de Educação do Distrito Federal criou, em dezembro de 2011, uma coordenação para cuidar do tema da diversidade. O grupo elaborou orientações para as escolas e tem realizado cursos de formação. A adesão, no entanto, ainda é baixa. De seis turmas abertas para um curso sobre o tema, apenas duas foram preenchidas este ano. “Eles reclamam de formação, de material, mas cada vez isso é mais oferecido. Esperamos avançar”, conta Ana.

IG

Com informações do Blog do Professor Ivanilson

 
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