Colômbia é referência em Educação e inspira professores brasileiros
Bogotá,
na Colômbia, foi a primeira cidade da América Latina a ser considerada Capital Mundial do Livro, título
dado pela Organização
das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – Unesco e
pela indústria editorial mundial em 2007, devido a projetos de estímulo à
leitura. Além dela, apenas Buenos Aires, na Argentina, detém o título no
continente.
Assim
como o Brasil, a Colômbia não tem bibliotecas escolares perfeitas e em número
ideal, mas projetos desenvolvidos por colombianos já inspiram professores
brasileiros. O diretor da escola Benjamín Herrera, em Medellín, Oscar Mejía
Henao, já esteve três vezes no Brasil para falar da pesquisa sobre o motivo dos
alunos não gostarem de ler. Descobriu que eles queriam ter mais liberdade de
escolha.
“Com a
investigação, os jovens derreteram, lentamente, o autoritarismo no colégio. Os
professores ficaram mais sensíveis. Quando diminuíram a pressão sobre a
obrigação de ler livros clássicos e escrever relatórios sobre eles, os alunos
passaram a ler muito mais”, disse Henao.
Outra
escola pública de Medellín, o Centro
Formativo de Antioquia – Cefa, só para garotas, também
conseguiu bons resultados. As alunas que mais pegam livros na biblioteca, que
tem 12.053 volumes, são premiadas. Os professores ajudam as estudantes a
descobrir de qual estilo literário gostam e estimulam uma espécie de “rodízio
literário”, em que uma aluna lê o livro preferido da outra.
Em
Bogotá, bibliotecas de escolas públicas têm estimulado a leitura não apenas
entre os alunos, mas também entre pais de estudantes e professores. No colégio Alfonso Lópes Michelsen, na
capital colombiana, profissionais que trabalham na biblioteca reúnem pais de
alunos para ler textos.
“A ideia
é que os pais tenham ferramentas para estimular as crianças a ler. Os pais se
aproximam mais dos filhos e replicam, em casa, com a família, tudo aquilo que
aprenderam durante o projeto”, explicou o professor-bibliotecário da escola,
José Diaz.
A
vice-diretora da Escola Municipal Valneri Antunes, em
Porto Alegre (RS), Nara Freitas, quer instalar um espaço especial de leitura
para mães e bebês na sua escola, conhecido na Colômbia como bebeteca. “Eu
gostei da ideia de estimular os pais a contar histórias para os seus filhos. Já
estou até pensando em um lugar para instalar uma bebeteca na minha escola”,
contou Freitas.
No
Brasil, uma lei federal de 2010 estabeleceu que até 2020 todos os colégios,
públicos e particulares, devem ter bibliotecas com acervo de, no mínimo, um
livro por aluno. No entanto, segundo o Censo Escolar 2010 doMinistério da Educação – MEC, menos
da metade (40,8%) das escolas públicas e privadas de ensinos fundamental e
médio do país possuía bibliotecas. Em 2011, esse percentual era de 41,5%. O
Ministério da Educação da Colômbia não informou quantas escolas do país têm
bibliotecas.
Segundo a Unesco, a média de livros lidos
por ano no Brasil é de quatro por habitante, enquanto na Colômbia o índice é de
2,2. “Uma biblioteca escolar ideal é a que trabalha em conjunto com a aula e o
professor, com projetos que permitam que as crianças leiam mais profundamente
certas obras”, disse a presidente daAssociação Colombiana de Leitura e Escrita, Silvia
Castrillón.
Com informações do jornal O Globo.
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