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Crianças que leem nas férias têm melhor desempenho escolar


Embora muitos adultos agarrem a chance de atualizar sua leitura durante as férias, as crianças e adolescentes, especialmente em famílias de baixa renda, leem poucos livros durante os dias de descanso.

Porém, o preço de manter os livros fechados é alto demais. Diversos estudos documentam um “declínio de verão” nas habilidades de leitura assim que as escolas liberam os alunos para as férias.

O declínio nas habilidades de leitura e ortografia são maiores entre alunos de baixa renda, que perdem o equivalente a dois meses de escola em cada férias, segundo a National Summer Learning Association, um grupo de apoio à educação. E a perda se acumula a cada ano.

Agora, uma nova pesquisa oferece uma solução surpreendentemente simples e barata para o declínio de leitura. Num estudo de três anos, pesquisadores da Universidade do Tennessee, em Knoxville (EUA), descobriram que simplesmente dar acesso a livros às crianças de baixa renda nas feiras – e permitir que elas escolham livros que mais as interessem – surtiu um efeito significativo na lacuna de leitura do verão.

O estudo, financiado pelo Departamento Federal de Educação dos EUA, acompanhou os hábitos de leitura e as notas de mais de 1.300 alunos, vindos de 17 escolas de baixa renda.

Os pesquisadores queriam estudar se proporcionar livros às crianças durante as férias de verão afetaria seu desempenho ao longo dos anos. No início do estudo, 852 alunos da primeira e da segunda série, selecionados aleatoriamente, compareceram a uma feira escolar de livros na véspera das férias, onde puderam escolher entre 600 títulos. Os pesquisadores também selecionaram aleatoriamente um outro grupo com 478 crianças que não receberam nenhum livro. A essas crianças, ofereceram atividades livres e livros de quebra-cabeças.

As feiras e distribuições de livros continuaram por três anos, até que os participantes do estudo chegaram à quarta e quinta séries. Então, os pesquisadores compararam as notas de testes de leitura para os dois grupos. As crianças que haviam recebido os livros grátis atingiram notas significativamente mais altas que aquelas com livros de atividades.

O estudo mostrou que oferecer livros gratuitamente, por um custo de US$50 por criança, é uma maneira econômica de estimular a leitura de férias, afirmou uma co-autora do estudo, Anne McGill-Franzen, professora e diretora do centro de leitura da Universidade do Tennessee, Estados Unidos.

Uma das descobertas mais notáveis foi que as crianças aprimoraram sua leitura mesmo sem escolher os livros do currículo escolar, ou os clássicos normalmente indicados pelos professores como leitura. Essa conclusão confirma outros estudos sugerindo que as crianças aprendem melhor quando podem escolher seus próprios livros. “Se o seu filho não gosta de leitura, fazê-lo ler qualquer coisa é melhor do que nada”, explicou Anne McGill-Franzen.

Com informações do jornal The New York Times

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