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Campo Alegre recebe Cine Sesi Cultural neste fim de semana


Evento é gratuito e em praça pública
Campo Alegre recebe Cine Sesi Cultural neste fim de semana
A 6ª edição do Cine Sesi Cultural em Alagoas aporta em Campo Alegre com exibições de cinema em praça pública a partir desta sexta-feira (27). No ano em que o projeto completa 10 anos de existência, a população de Campo Alegre volta a ser contemplada pelo projeto itinerante de cinema, em ano tão especial. Até setembro, serão contemplados 14 municípios alagoanos pela iniciativa que vai oferecer cinema gratuito até o próximo domingo (29), na Avenida Guarany. Na programação, três curtas e três longas-metragens referências na produção audiovisual brasileira, com exibição começando sempre às 18h30. O Cine Sesi Cultural é realizado pelo SESI e idealizado pela diretora de criação da Aliança Comunicação e Cultura, Lina Rosa Vieira, em parceria com o Instituto Origami. 

O Cine Sesi é diversão levada a sério. Porque é formação de público; socialização de um bem cultural, a sétima arte; uma espécie de “cinema de guerrilha”. Em seu décimo ano, o projeto continua levando cinema a lugares que não possuem salas de projeção em funcionamento. Entre 2002, quando foi criado, até hoje, o Cine Sesi já passou por 603 cidades do interior – algumas dessas cidades mais de uma vez - de 11 estados do País, atingindo mais de três milhões e setecentos mil pessoas. Só no estado de Alagoas, nas cinco edições passadas, foram mais de 70 municípios contemplados, reunindo um público de mais de 510 mil pessoas.  

O projeto acontece entre março e setembro, no Estado de Alagoas. Nesta edição, já foram contemplados os municípios de Maragogi, Porto Calvo, Matriz de Camaragibe, Paripueira, Marechal Deodoro e Boca da Mata. E depois das exibições em Campo Alegre, o Cine Sesi Cultural faz um intervalo por causa do período chuvoso e volta a aportar ainda pelas cidades de Teotonio Vilela, São Sebastião, Arapiraca, Igaci, Piranhas, Delmiro Gouveia e Mata Grande, a partir do dia 10 de agosto. 

Os filmes são exibidos ao ar livre em área cedida ao Sesi, em acordo com a prefeitura local. Em Campo Alegre, que recebeu o projeto em 2004, o cinema será montado na Avenida Guarany. E como cinema combina com pipoca, serão distribuídos sacos de pipoca para o público. “Ao proporcionar a experiência cinematográfica dentro da comunidade, o Cine Sesi comprova que há espaço para a inserção de equipamentos que tornem as exibições periódicas. O projeto tem como intenção ainda proporcionar ao interior do País, que tanto inspira as produções de cinema nacional, a possibilidade de se enxergar na grande tela, num belo espelho de culturas, cenários, histórias e personagens semelhantes ao povo do lugar; abrir a possibilidade para uma viagem inusitada diante de outras experiências e lugares”, reflete Lina Rosa, idealizadora do projeto e diretora de criação da Aliança Comunicação e Cultura. 

Em cada um dos três dias de exibição, serão apresentados um curta e um longa-metragem para a população presente. Na sexta-feira, o público confere o curta Até o Sol Raiá (PE) e o longa, Eu e Meu Guarda Chuva (SP); no sábado, o curta Câmara Viajante (CE) e o longa Pequenas Histórias (MG); e no domingo, o curta Vida Maria (CE) e o longa A Era do Gelo 3. As exibições começam sempre às 18h30.

CRONOGRAMA:
- Campo Alegre: 27, 28 e 29/04
- Mata Grande: 10, 11 e 12/08
- Delmiro Gouveia: 17, 18 e 19/08 
– Piranhas: 24,25 e 26/08 
– Igaci: 31/08, 01 e  02/09
- Arapiraca: 07, 08 e 09/09 
– São Sebastião: 14, 15 e 16/09 
– Teotônio Vilela: 21, 22 e 23/09


Por Assessoria

Com informações de Alagoas Última Hora

Exemplos de práticas didáticas não ensinadas aos professores




Durante esta semana, série especial do iG mostroucomo o professor tem pouca chance de aprender a ensinar. As faculdades têm apenas 5% a 10% de todo o conteúdo voltado a métodos e práticas docentes e aformação dentro da escola, prevista em lei, não ocorreou se perde em questões burocráticas. 
O problema se agrava com a velocidade das mudanças tecnológicas e a dificuldade dos docentes de aproveitar o potencial das ferramentas digitais.

Na reportagem desta quinta-feira, estão reunidos os exemplos práticos de técnicas pedagógicas dados pelos especialistas que criticam o abandono da formação do professor.
Foto: Cinthia Rodrigues/iG
Professores expõe entendimento sobre portfólio em escola pública da rede municipal de São Paulo
1) Porta aberta para visitas 
“A maneira mais simples e eficiente de trazer a vida real para a escola”, assim a diretora de avaliação da Universidad Cooperativa de Colômbia, Maritza Randon Rangel, descreve a abertura das salas de aula para pais, vizinhos e profissionais convidados, seja para assistir a aula ou participar. “Não é para fazer isso em uma festa, mas em aulas normais, tornar isso comum”, diz. “Alguém sentado no fundo da sala inspira mais respeito ao ambiente de aprendizado, parece que os estudantes pensam ‘vieram ouvir porque isso é importante’. Se alguém vai falar ao lado do professor a mensagem é ‘estão tão interessados em que eu aprenda que trouxeram reforço’” .
2) Checar os objetivos 
O que os estudantes devem aprender ao final desta aula? E para a vida? Como uma coisa levará a outra? A educadora e autora Lea Desprebiteris, especialista em avaliações educacionais, lamentava que a maioria dos professores sigam um roteiro sem ter em mente o exato objetivo de cada atividade no plano de aprendizado. “O planejamento, que costuma ser entregue logo no começo do ano, só deveria ser feito a partir de uma reflexão sobre os objetivos a atingir com aquela turma e até com cada aluno. Ainda assim, ele precisa ser maleável, pois o resultado de uma aula é que vai levar ao realinhamento da próxima para chegar ao ponto desejado.”
3) Assistir colegas exemplares 
Durante 10 anos, o educador norte-americano Doug Lemov observou e filmou professores com bons resultados em diferentes contextos. O material inspirou o livro “Teach Like a Champion”, traduzido no Brasil como “Aula Nota 10” e é base da Escola de Educação Relay. Em visita ao Brasil a convite da Fundação Lemann para o seminário Líderes em Gestão Escolar, o diretor da escola, Norman Atkins, defendeu a observação destes colegas. “Todos temos exemplos, a intenção não é copiar este professor, mas analisar a técnica dos bons educadores e verificar o que é aproveitável”. A palestra completa está disponível no site da Fudanção. Assista abaixo uma das professoras filmadas:


4) Circular pela sala 
Entre as técnicas que estão no vídeo e que foram tabuladas pela Relay como ponto em comum dos professores de sucesso está a circulação dos educadores. Eles não ocupam só a frente da sala, mas passeiam para ganhar mais atenção da turma e ter certeza de quem realmente está participando. Com isso, aproximam-se dos alunos e inspiram neles a sensação de que estão sendo cuidados.
5) Equilíbrio na participação dos alunos 
De acordo com estudos da mesma instituição, os professores que falam 99% do tempo não têm bons resultados de aprendizado. Da mesma forma, em uma sala em que só os alunos falam, por estarem trabalhando com pouca supervisão ou porque o professor não consegue a atenção, não há boa aprendizagem. “Nossas pesquisas apontam que o melhor ponto é 43% para o professor e o restante para os alunos falarem ou pensarem nos exercícios”, diz Atkins.
6) Tempo para as respostas 
Uma das principais práticas que diferenciam os professores filmados é a forma de elaborar questões. De acordo com o estudo, os melhores professores fazem as questões mais rigorosas e desafiadoras para manter os alunos constantemente pensando. Em outro vídeo, Lemov explica como o simples controle do tempo para resposta pode gerar aprendizado. “É um paradoxo, quanto mais tempo o professor perde esperando que os alunos estejam prontos, mais tempo de aprendizado ele ganha”. Assista:



7) Incentivar a pesquisa e evitar cópias 
Trabalhos feitos com ajuda do computador podem conter pesquisas mais elaboradas e aumentar o envolvimento dos estudantes com os temas. Para evitar as temidas cópias, o coordenador de informática educativa do Colégio Ari de Sá, Alex Jacó França, indica a atuação em duas frentes. A primeira é simples: colocar trechos suspeitos nos buscadores da internet e verificar se não são encontradas publicações iguais. “É importante que o professor saiba checar isso e encontrar as fraudes”, diz. Neste caso, deve-se lidar com o problema como se fazia com a cola. A segunda ação do docente deve ser incentivar vídeos, peças interativas e formas de expor que privilegiam a criatividade e dificultam o uso de material alheio. “Os estudantes querem trabalhar isso, o professor que dá esta abertura ganha pontos.” Conhece uma prática didática que tem bom resultado e não é matéria do curso universitário ou da formação interna? Conte o que você ou seu professor faz no espaço para comentários no fim desta página.

Com informações do Blog do Professor Ivanilson

Olimpíadas de matemática abrem portas para estudantes brasileiros



Os vencedores da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) e da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) de 2011, em encontro com o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, consideram as competições um incentivo para a escolha de uma profissão e, também, para estimular o da matemática no Brasil.
Pentacampeão da Obmep, Guilherme Fernandes, de 18 anos, é estudante de engenharia mecânica do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Para ele, a olimpíada "não é simplesmente uma prova, tem a premiação, envolve todo um contato maior com a academia, com os professores e com a matemática, mais a fundo”. Foi justamente por causa das olimpíadas que ele decidiu cursar engenharia.
Campeão da OMB, o estudante João Lucas, cearense de 17 anos, ainda não decidiu qual carreira seguirá, mas já tem vaga garantida no prestigiado Massachusetts Institute of Technology (MIT), instituição dos Estados Unidos referência mundial na área de tecnologia. Para João, a participação em olimpíadas de matemática no Brasil e no exterior abriu muitas portas para ele e melhorou o currículo.
“A participação de estudantes brasileiros em competições em outros países é um sinal de que o Brasil está lutando para brigar com países de primeira linha na matemática”, disse João, que já participou de competições de matemática na Holanda e na Romênia (onde ganhou título inédito para o Brasil), além de ficar com a medalha de ouro na Olimpíada de Matemática do Cone Sul.
No ano passado, 18 milhões de alunos representando mais de 44 mil escolas da rede pública participaram da Obmep, competição para alunos do ensino médio e do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. Os vencedores ganharam bolsa de iniciação científica júnior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Já a OMB teve, no ano passado, a participação de mais de 190 mil alunos de 5,3 mil escolas das redes pública e privada, representando 155 mil instituições de ensino.

Por Agência Brasil


Com informações do Blog do Professor Ivanilson

Deputados apoiam campanha da CNTE pelo investimento de 10% do PIB no PNE


Ontem (25) os membros da diretoria da CNTE estiveram na Câmara dos Deputados para uma apresentação promovida pela Comissão de Educação sobre a 13ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública. Eles aproveitaram a ocasião para apresentar aos deputados a campanha da Confederação em defesa do investimento de 10% do PIB no Plano Nacional de Educação (PNE). Muitos parlamentares receberam a camiseta da mobilização e expressaram seu apoio, como o deputado Romário (PSB-RJ), que recebeu os representantes da CNTE em seu gabinete ao final do dia.
Durante a apresentação da 13ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, o presidente da CNTE fez questão de frisar a resistência de estados e municípios em aplicar a lei do piso do magistério, mesmo que a legislação tenha sido aprovada por unanimidade no Congresso e reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Em razão de os entes federados não terem feito o 'dever de casa', passou-se à fase do debate sobre a capacidade financeira das administrações em pagar o piso na carreira profissional do magistério. Por isso a CNTE sairá a campo para recolher informações fiscais das administrações públicas que dizem não ter condições de pagar o piso, mas que também não conseguem provar ao MEC a dita incapacidade financeira que levaria o Ministério a complementar os valores", afirmou.
Segundo Roberto Leão, é estranho o fato de municípios tidos como "pobres" – como alguns de Alagoas – conseguirem pagar o piso em uma estrutura de carreira que atende aos anseios da categoria, e outros ditos "ricos" alegarem falta de recursos, sem provar que aplicam corretamente os recursos da educação ou que mantêm quadro de pessoal compatível com o número de matrículas, dentre outras exigências da Lei do Piso. Ele salientou também que 57% dos municípios brasileiros não contam com planos de carreira para o magistério e 11 estados não dispõem de planos para os funcionários (no caso dos municípios essa omissão é de quase 100%).
Reajuste do piso
audiencia_camara_13_semana9Durante o evento também se falou sobre o projeto de lei nº 3.776/08, que altera o critério de reajuste do piso nacional dos professores, que passaria a ser atualizado apenas com base no INPC. "A redação aprovada pela Comissão de Finanças e Tributação dessa Casa aniquila qualquer tentativa de valorização do magistério ao longo do tempo, em especial à luz da meta 17 do PNE", afirmou Roberto Leão.
A deputada federal Fátima Bezera (PT-RN), que coordena a Frente Parlamentar em Defesa do Piso, afirmou que os parlamentares não vão permitir que tal matéria seja aprovada. "Eu quero mais uma vez reafirmar: estamos totalmente irmanados com a CNTE nesta luta. Nós não aceitaremos nenhum caminho, nenhuma alternativa que signifique retrocesso na lei do piso nacional do magistério. Muito pelo contrário. Nós temos que defender um mecanismo de atualização que por um lado garanta a inflação, mas de outro garanta ganho real", afirmou.
10% para a Educação
A camisa entregue pelos dirigentes da CNTE aos deputados pede celeridade na votação do Plano Nacional de Educação, através da frase "PNE Já". O presidente da Confederação reiterou essa mensagem, criticando o fato do país estar há mais de um ano sem um PNE. No entanto, ponderou que o novo plano precisa prever o investimento de 10%, pois segundo ele o investimento em educação é a política mais apta para acelerar a inclusão social e o combate às desigualdades. "Nós queremos que esse já não signifique uma coisa votada que não guarde relação com as reivindicações da sociedade brasileira. Nós queremos que o PNE contenha efetivamente as nossas reivindicações. Por exemplo, 10% do PIB brasileiro investido na escola pública. Consta do plano de governo da presidenta Dilma que até 2014 seriam investidos 7%. Portanto, o que nós estamos querendo é que até 2020 seja investido 10%. Ou seja, precisa investir 3% até 2020". Segundo Leão, esta é uma reivindicação da sociedade feita desde a década de 90%, e o Brasil tem uma economia saudável que pode sustentar o investimento.
Sobre o atraso na votação do PNE, o deputado Izalci Lucas (PR-DF) criticou a postura do Governo Federal em relação ao projeto. "Essa questão dos 10% do PIB, o que estamos assistindo aqui é um teatro muito grande. Na prática, o governo é que impediu até agora a votação do plano. Eu inclusive estou coletando assinaturas – já coletei 251 – para levar a questão dos 10% para o plenário. Porque eu tenho certeza que dá para avançar muito. Eu acho que esse é o grande medo do governo. Se levarmos ao plenário eu tenho certeza absoluta de que nós vamos aprovar os 10%. O governo tem essa consciência e por isso está dificultando o processo", afirmou o parlamentar. Segundo ele, o país tem condições de bancar os 10%, mas falta vontade política.
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Dossiê
Os membros do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), que promoveram o lançamento da 13ª Semana junto à CNTE no último dia 21, em Tiradentes, aproveitaram o evento na Câmara para entregar aos deputados um dossiê da educação mineira. "Minas não paga o piso nacional, os professores não tem um terço da jornada dedicado a estudo e planejamento, a carreira dos profissionais da educação está congelada até dezembro de 2015. Enquanto o país inteiro teve 22% de reajuste no piso, Minas Gerais só teve 5% de reajuste previsto em lei estadual e inúmeros problemas relacionados à qualidade da Educação. Então hoje, nós vamos entregar aos parlamentares e a todo o público que estiver na Câmara dos Deputados um dossiê denunciando as condições que as escolas públicas estaduais vivenciam.
Sobre a Semana
A 13ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública acontece de 21 a 27 de abril. Nesse período serão realizadas atividades em todo o país, nas escolas, assembleias legislativas e outros espaços públicos, para discutir o cumprimento da Lei Nacional do Piso, o Plano de Carreira da categoria e investimento de 10% do PIB para Educação no PNE (Plano Nacional de Educação). (CNTE, 24/04/12)

Por CNTE

Direito do professor, formação dentro da escola falha



“Estou há 23 anos em sala de aula. Durante todo esse tempo não presenciei HTPC (Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo) que faça justiça ao nome”. O desabafo feito pela professora Vilma Nardes Silva Rodrigues expõe uma das principais dificuldades que o educador enfrenta para realizar um bom trabalho: a formação interna na escola, que deveria ser rotineira, ora não existe, ora se deturpa. A questão é tema da terceira reportagem da série do iGsobre como o professor tem pouca chance de aprender a ensinar.
 
Em tese, a carreira dos mestres é estruturada para que ele se recicle e estude como ajudar seus alunos durante todo o tempo em que estiver na ativa. A necessidade de aprender constantemente é tão clara – ao menos na teoria – que existe legislação para garanti-la.
Por lei, um terço da carga horária remunerada do professor deve ser destinado a atividades extra-classe. Cabe neste tempo a correção de provas e trabalhos e o planejamento pedagógico, mas a recomendação do Conselho Nacional de Educação é de que os profissionais se reúnam para discutir dificuldades e soluções pedagógicas.
Qual o maior problema na formação de professores?
maioria das redes públicas sequer cumpre a lei. Em vez de reservar 33% do tempo para que os docentes se preparem e dêem boas aulas nos outros 66%, prefeituras e Estados esperam que os profissionais já cheguem preparados. “As pessoas acham que o professor é um ser que nasce pronto. Longe disso, todos os dias há um duro trabalho de buscar novas formas de ensinar a partir do diagnóstico dos alunos, que também é trabalhoso”, diz Norman Atkins, presidente da Escola de Educação Relay, nos Estados Unidos, e um dos principais críticos ao ensino apenas teórico que os professores recebem.
Mesmo no tempo destinado à formação, poucas escolas se dedicam a encarar as dificuldades pedagógicas que os professores estão enfrentando. “Por mais que estas reuniões sejam marcadas, o conteúdo é sempre de informes sobre datas, procedimentos e burocracias”, lamenta Vilma que dá aulas em escola estadual, municipal e particular em Carapicuíba, na Grande São Paulo.
Ela conta que o tempo previsto fora de sala nas redes públicas - que não chega a um terço das aulas, mas existe – sempre tem um roteiro definido por governo ou direção. “Quando, muito esporadicamente, o tempo é para formação, a equipe se reúne sem saber o que está ocorrendo com as turmas e o tema acaba sendo um texto, uma apostila genérica, assuntos distantes do contexto da aula.”
Em uma das melhores escolas municipais de São Paulo, a Desembargador Amorim Lima, muitos professores estão prontos para admitir que não têm tempo suficiente para formação. O iG acompanhou um dia de reunião na unidade durante a semana de organização escolar, que antecede o início das aulas.
Os professores foram agrupados por módulos e passaram a maior parte do tempo ajustando horários, turmas e como funcionaria a recuperação paralela. À tarde, houve um exercício em grupo com a leitura de um texto sobre portfólio, proposto pela consultora voluntária, Fátima Pacheco, uma das fundadoras da Escola da Ponte (instituição em Portugal que conquistou alunos ao substituir a divisão tradicional em turmas e disciplinas por projetos).
Foto: Cinthia Rodrigues/iG Consultora Fátima Pacheco (em pé de óculos) sobre portfólio: "É algo que deveria ser trabalhado toda semana, mas a maioria das escolas que visito no Brasil não usa bem"
Todos estavam acostumados com a palavra portfolio no sentido burocrático, ou seja, sabiam que se tratava de um documento sobre o desenvolvimento da aula que deviam apresentar. Já o sentido pedagógico, de identificar o avanço e as dificuldades de cada aluno, pegou de surpresa vários professores. Ao final, os porta-vozes dos grupos admitiram que preenchiam o documento, mas não exploravam sua função. “É algo que deveria ser trabalhado toda semana para que os educadores pudessem se ajudar, mas a maioria das escolas que visito no Brasil não usa bem”, comenta a consultora.
A diretora da unidade, Ana Elisa de Siqueira, reconhece as dificuldades de formação. “O que posso lhe garantir é que nesta escola todos estão interessados em fazer o melhor. A Fátima é benvinda e ajuda muito, mas são tantos problemas para resolver, de toda ordem, que não conseguimos focar sempre no ensino-aprendizagem.”
Apostilas expõem carência
A educadora Paula Lozano, autora de uma pesquisa para a Fundação Lemann sobre o impacto da adoção de sistemas apostilados – que dão roteiros prontos para as aulas – acha que o resultado é mais uma prova da falta de formação dos professores. Segundo sua investigação, os municípios que usavam material padronizado conseguiram melhores resultados que os demais, apesar da qualidade questionável das apostilas e do impossível nivelamento que elas pressupõem.
 
 
“Alguns sistemas eram bem ruins e, mesmo assim, tiveram resultado melhor do que as aulas preparadas pelos docentes. Isso significa que muitos educadores não conseguem organizar exercícios e atividades para dar conta do conteúdo”, lamenta a educadora. Para ela, o Brasil devia admitir a carência na formação do professor e ampará-lo mais enfaticamente. “Na Finlândia, autonomia do professor é ótima, todos sabem como dar aulas maravilhosas. Aqui, nem tanto.”
Acompanhe o encerramento da série:
Nesta quinta-feira, o iG reúne as dicas práticas dos especialistas que criticam a falta de formação dos professores para didáticas e práticas de ensino. Leia, opine e sugira novas abordagens.

Por IG
Com informações do Blog do Professor Ivanilson

Plataformas Interativas


TV Escola vai adotar plataformas interativas em 2012 Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/educacao/tv-escola-vai-adotar-plataformas-interativas-em-2012-3411413#ixzz1sv3F9kZJ © 1996 - 2012. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

A TV Escola do Ministério da Educação (MEC) prepara-se para atuar, a partir do próximo ano, como uma plataforma interativa de distribuição de conteúdo audiovisual. Com isso, pretende aprimorar a aprendizagem e as práticas de ensino.
A proposta da TV Escola, agora subordinada à Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC, ganha impulso a partir das idéias e experiências sobre interatividade, convergência de mídias e produção de conteúdos digitais para as escolas públicas compartilhadas no encontro Educação e Novos Paradigmas (EduTec), realizado nesta terça-feira, no Rio de Janeiro.
As discussões sobre inovações tecnológicas desenvolvidas em várias partes do mundo e suas múltiplas utilizações na educação já induzem a mudanças, como a que se propõe a TV Escola.
Ao longo deste ano, foi desenvolvido trabalho específico de avaliação de um novo formato para ela, até se chegar à realização do encontro da EduTec. Foi feita também a ampliação da parceria da TV Escola com a TV Brasil. Isso permitirá a disseminação da programação também por meio de um canal de televisão aberta, além do satélite e da internet, atualmente disponíveis.

Por O Globo
Con informações do Blog do Professor Ivanilson

Plano Nacional de Educação é reapresentado com 7,5% do PIB



O relator do Plano Nacional de Educação (PNE), deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), apresentou na tarde desta terça-feira sua segunda proposta de substitutivo ao projeto, que foi enviado pelo governo ao Congresso no final de 2010. O documento mantém a meta prevista no primeiro relatório de investimento público de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor em até dez anos ou 8% contando investimento indireto.

A apresentação do novo parecer foi feita durante reunião da comissão especial destinada a analisar a proposta. Como houve pedido de vista, o debate sobre o texto começará no dia 8 de maio.
O financiamento da educação é o ponto mais polêmico do PNE, que reúne metas para todas as etapas do ensino. Atualmente, União, estados e municípios aplicam, juntos, 5% do PIB na área. No texto original, o governo havia sugerido o aumento do índice de investimento direto para 7% em uma década, mas entidades da sociedade civil pedem pelo menos 10%.
Em seu primeiro relatório, apresentado no último dia 5 de dezembro, Vanhoni já havia proposto a meta de 8% de investimento total. Esse índice inclui recursos de bolsas de estudo e financiamento estudantil, além da contribuição previdenciária dos professores da ativa. A diferença entre o primeiro e o segundo relatório é que este prevê a fixação de duas metas distintas: 8% de investimento total e 7,5% de investimento direto.

IG
Com informações do Blog do Professor Ivanilson

Políticas públicas de leitura devem incluir os professores



O aprendizado da leitura é uma prática formadora das relações, que ocorre na escola, mas também em casa, com a família, e nos demais ambientes sociais de convívio.
Nesta perspectiva educadora, a professora de História da Leitura, Rosária Boldarine, conversou com o Portal Aprendiz e lembrou que, embora longe de fazer parte do cotidiano do brasileiro, a leitura deve funcionar como aquisição de conhecimento.
Em tempos de difusão maciça de informações, ela ressalta que “adquirir informação é bastante diferente de adquirir conhecimento”.
Boldarine, que é doutoranda em educação pela UNESP e atua na formação de docentes, acredita que as políticas públicas de leitura devem estar voltadas também aos professores. Para ela, “seria necessário um esforço significativo por parte do poder público na formação e aperfeiçoamento de professores de modo geral e os de língua portuguesa, em particular”.
Na entrevista concedida ao Portal Aprendiz, Boldarine fala ainda sobre a formação de novos leitores, a constituição do sistema escolar nacional e a leitura nas universidades. Confira abaixo os melhores trechos:
Portal Aprendiz – O que determina a escolha do que se lê?
Rosária Boldarine Tudo depende do objetivo que se tem em determinado momento. A leitura pode ser realizada para aprofundamento de um determinado assunto, para melhor conhecer algo, para aquisição de cultura geral, para entretenimento. Porém, não basta ler indiscriminadamente, é necessário que se selecione a melhor leitura para cada objetivo. Este procedimento de seleção vai ficando cada vez mais fácil com a aquisição da competência leitora, que é a capacidade de estabelecer um diálogo com os textos que se lê.
Aprendiz – E no caso da sala de aula, para quem está descobrindo a leitura?
Boldarine - Imaginando o aluno que não está totalmente familiarizado com todos os tipos de leitura poderíamos pensar num trabalho que indicasse todas as possibilidades que a leitura apresenta e familiarizá-lo com os diferentes tipos de texto. Caso este procedimento seja bem realizado, a seleção do que se vai ler pode tornar-se mais natural.
Aprendiz – Lê-se por prazer?
Boldarine - É preciso ter em mente que ler é um processo bastante complexo. O prazer é uma sensação, pode ser que o leitor iniciante se paute apenas nesta sensação para escolher suas leituras, porém isto só não basta. Nem sempre podemos ler apenas aquilo que nos dá prazer, por exemplo, alguém que está escrevendo uma tese ou dissertação muitas vezes se depara com textos teóricos que apresentam um grande grau de dificuldade. Num primeiro momento a leitura não será prazerosa. Até que se consiga o entendimento do dito pelo autor pode haver sofrimento, porém o leitor competente saberá ultrapassar esta fase e atribuir sentido àquele texto. Aí entra a questão da necessidade. Talvez ao ter consciência de que nem sempre a leitura é por prazer o indivíduo consiga uma melhor prática leitora.
Aprendiz – Por que ainda lê-se, em média, menos no Brasil do que em outros países, até vizinhos, como Argentina e Uruguai?
Boldarine – Graças ao elitismo que sempre esteve presente no projeto de construção de nosso país,  fomos também um dos países mais lentos e atrasados na implementação de um sistema escolar que abrangesse o maior número possível de pessoas. Somente a partir dos anos de 1970 temos, no Brasil, um incrível movimento de democratização do acesso à escola. Porém este movimento não veio acompanhado de políticas institucionais eficazes para a boa formação. Diante da nova clientela ampliada, os programas institucionais não têm apresentado mostras de solucionar os problemas encontrados na alfabetização e no letramento; problemas que prosseguem durante todo o ensino fundamental e médio. Não basta apenas alfabetizar, o aluno deveria sair da escola com uma sólida formação, o que não temos visto. Isto talvez explique porque lemos tão pouco. A escola deveria, fundamentalmente, contribuir para o aumento do capital cultural dos alunos, propiciar aos alunos a percepção de que a leitura é mais do que apenas decorar um texto para responder questionários, mostrar que decodificar não significa ler. Deveria ser  estimular a visão da leitura como uma prática social.
Aprendiz – O acesso às obras bastam para se tornar um bom leitor? Por quê?
Boldarine – Não. A leitura tem que ser significativa, o leitor deve atribuir sentidos ao que lê. Com os programas institucionais o acesso aos livros ficou muito maior, todos os anos as escolas públicas recebem grandes quantidades de livros, tanto didáticos quanto paradidáticos. Porém, pelas últimas pesquisas, vemos que a leitura ainda está longe de fazer parte do cotidiano do brasileiro. Isto talvez se deva a falta de leitura que tenha sentido para o leitor. Não basta ler, o escrito tem que funcionar como aquisição de conhecimento. Se o leitor não vê sentido naquilo que lê, não adianta ter acesso a todas as obras disponíveis. Adquirir informação é bastante diferente de adquirir conhecimento.
Aprendiz – A escola pública brasileira é eficiente na formação de leitores? Qual sua avaliação das políticas públicas voltadas ao incentivo à leitura e postas em prática nas salas de aula do ensino básico hoje?
Boldarine - Creio que a questão das deficiências encontradas na leitura não seja um problema apenas da escola pública, mas da comunidade escolar em geral. A escola privada tem também muitas dificuldades em formar leitores competentes. A questão é que, como os alunos da escola privada apresentam um maior capital cultural anterior à entrada na escola, talvez haja certo mascaramento da situação. Não penso que, neste ponto, o abismo entre a escola pública e a privada seja tão grande. Com relação às políticas públicas, algumas medidas vêm sendo tomadas, mas pelo que observamos o alvo não está sendo atingido. Me parece que seria necessário um esforço significativo por parte do poder público na formação e aperfeiçoamento de professores de modo geral e os de língua portuguesa, em particular, para que a eficiência dos programas fosse maior. É necessário que os professores sejam leitores e bem instrumentalizados para que a prática da leitura seja bem realizada.
Aprendiz – Quais os maiores desafios para expandir a prática da leitura entre universitários?
Boldarine – Que a leitura fosse vista realmente como uma prática. Os alunos chegam à graduação sem a prática leitora, é um problema que vai sendo empurrado desde as séries iniciais até a graduação. O problema não é apenas ser um universitário que não lê, o problema é não ser um leitor. Logo, a questão é bem anterior à chegada na universidade. Se as políticas de incentivo à leitura fossem mais bem realizadas, possivelmente o desafio na universidade seria bem menor. Além disso, a leitura de excertos de textos e resumos, amplamente disseminados no meio universitário, também contribui para a pouca leitura. A leitura pode contribuir para o aumento da criticidade, pode propiciar um olhar que não permaneça no senso comum, fatores imprescindíveis para se entender e melhorar a sociedade. Papel que a universidade, ao que parece, também não está conseguindo cumprir.

Aprendiz 

Com informações do Blog do Professor Ivanilson

Professores não são preparados para ensinar



Um professor com poucas oportunidades de aprender a dar aula é como um médico que não sabe tratar do paciente ou um advogado que não conhece os caminhos para defender o réu. Mas o que parece tão contraditório é uma realidade no caso dos educadores. O problema é comprovado por pesquisas, práticas e maus resultados que são tema de série que o iGEducação publica de hoje até quinta-feira.

Qual o maior problema na formação de professores?
Em todas as etapas de formação, os docentes enfrentam restrições ao aprendizado do próprio ofício. A universidade reserva a menor parcela do curso a lições de como ensinar, a bibliografia sobre o assunto é desproporcional à demanda e o tempo de aprendizado dentro da escola – apesar de previsto em lei – é desviado para assuntos burocráticos.
Para piorar, o modelo pelo qual os próprios professores aprenderam e que muitos replicam há décadas empaca diante de uma geração moldada pela facilidade e rapidez de resposta da internet. “A sociedade não precisa mais de alguém que traga a informação. Isso o computador pode fazer. No entanto, a sociedade precisa cada vez mais de um mestre que ensine a pensar, a resolver problemas, a produzir conhecimento. Só que dificilmente o educador sabe como fazer isso”, resume o professor emérito em Educação na Universidade de Paris 8 e visitante na Universidade Federal de Sergipe, Bernard Charlot.
Na opinião dele, os problemas de formação são potencializados pela tecnologia a que os alunos têm acesso, mas continuam sendo os mesmos. “A questão não é se o professor sabe promover o aprendizado naquele ambiente, mas se ele tem repertório para ensinar em vez de reproduzir informação”, diz.
Pesquisas mostram que o problema começa enquanto o futuro mestre ainda é o aluno. A Fundação Carlos Chagas analisou detalhadamente os currículos de 94 faculdades de Letras, Matemática e Ciências Biológicas em todas as regiões do País por dois anos e concluiu que o “como ensinar” está longe de ser o foco dos cursos.

Currículo das faculdades formadoras de professores

Como são divididas as cerca de 80 mil horas dos cursos (em %)
Gerando gráfico...
Fundação Carlos Chagas - exemplo para o curso de Letras

Em Letras, apenas 5,8% das aulas focavam em “didáticas, métodos e práticas de ensino”, em Matemática, 8% e, em Biológicas, 10%. Todo o restante do curso forma especialistas em cada área, explica o sistema educacional, expõe fundamentos teóricos ou mesmo apresenta “outros saberes”. A introdução de temas tecnológicos apareceu em apenas 0,2% dos currículos.
Os dados da pesquisa, publicada em 2008, até agora não geraram mudanças sistemáticas. Dentro de limites genéricos como “fundamentos teóricos” e “conhecimentos específicos”, as universidades têm autonomia sobre os conteúdos dos cursos e, como simples orientador, os governos que tomam iniciativas têm resultado tímido na mudança dos currículos de faculdades para professores.
No Espírito Santo, a gerente de formação do magistério da Secretaria de Educação, Tania Paz, chamou 33 faculdades para debater os resultados e propor mudanças. Só 23 aceitaram. Ao longo de um ano foram nove encontros em que a Fundação Carlos Chagas participou, mas ao final não é possível dizer se haverá alteração prática. “Mostramos para eles nossas necessidades em sala, mas dentro das instituições a decisão é dos coordenadores de curso”, afirma a gerente.
Para ela, a dificuldade na formação é a base da crise educacional que o País enfrenta. “Fizemos uma avaliação diagnóstica do que era preciso melhorar no sistema a partir das dificuldades dos alunos e a conclusão é sempre a mesma: o professor”, afirma, ponderando que o profissional é, ao mesmo tempo, vítima e reprodutor do problema. "Muitos já escolhem a profissão por não conseguir aprovação nas carreiras mais concorridas por conta de uma educação ruim que tiveram e vão perpetuar enquanto não conseguirmos buscar formas de compensação."
A questão não é se o professor sabe promover o aprendizado naquele ambiente, mas se ele tem repertório para ensinar em vez de reproduzir informação", professor
Bernard Charlot
O Ministério da Educação também encontrou um problema ainda anterior aos currículos das faculdades: a falta de livros sobre didática. Um edital para compra de material aberto de 2008 a 2011 resultou em apenas 100 obras aprovadas, segundo o então ministro da Educação, Fernando Haddad. “Mundo afora, você vai ver que chega a centenas de milhares de títulos. No Brasil, se uma pessoa iluminada quiser fazer mudanças num curso de licenciatura, vai ter de forjar o próprio material”, comentou às vésperas de deixar o cargo, em janeiro.
Na época, ele dizia que a colaboração do governo federal seria montar uma prova para professor que seria baseada em didática e acabaria incentivando a mudança nos cursos. "Hoje, 70% dos concursos públicos para admitir educadores são feito de questões jurídicas. Está mais para teste da OAB do que docência", comentava. Até o momento, no entanto, não há anúncio oficial da avaliação anunciada há dois anos.
Acompanhe a série:
Durante esta semana, o iG mostra que esta deficiência persiste durante a carreira do professor. Nesta terça-feira , especialistas abordam a dificuldade de manter o aluno da era digital interessado no que é dito em sala de aula e, na quarta-feira reportagem fala das dificuldades da formação interna nas escolas.
Na quinta-feira , último dia do especial, profissionais dedicados a mapear práticas didáticas bem sucedidas vão dizer quais são elas. Um deles, o formador de professores norte-americano, Norman Atkins, diz que falta à sociedade a honestidade de entender o que funciona dentro das quatro paredes da sala de aula e propor soluções realmente aplicáveis. “Muito se fala nas soluções para a escola e no que deveria seria feito, mas enquanto isso o professor é que fica lá, sozinho diante dos alunos, sem que lhe tenham dito como agir”, denuncia.

IG

Com Informações do Blog do Professor Ivanilson

Educação de surdos em escolas tradicionais ainda é desafio no Brasil



Políticas de inclusão têm tentado corrigir questões históricas no ensino de surdos no Brasil. Excluídos durante muito tempo do processo educativo tradicional, eles começaram, nos últimos anos, a compartilhar as salas com ouvintes em algumas escolas do País. Contudo, a existência de classes mistas, vista como alternativa para integrar crianças e jovens surdos à comunidade, nem sempre funciona. Há relatos negativos, de alunos desmotivados, com dificuldade de aprendizagem e inseridos em ambientes sem infraestrutura adequada.
No Dia Nacional da Educação de Surdos, o Terra ouviu relatos que reforçam esse cenário.
Mãe de uma deficiente auditiva, Hozana Rios Dias acredita que os alunos surdos não deveriam dividir atenções com colegas ouvintes. Na classe de sua filha Inara, de 19 anos, há outros três surdos. "Ela não consegue acompanhar. Mesmo com intérprete, tem dificuldade em compreender a matéria, pois seu ritmo é diferente do das outras crianças", diz. A jovem frequenta a Escola Municipal Marília Carneiro, em Goiânia, desde os três anos, quando estudava em uma sala só para crianças surdas. Dois anos depois, foi para a aula tradicional. Hoje, no 8º ano, Hozana defende o retorno de classes especiais para surdos e planeja matricular a filha no Centro Especial Elyisio Campos, escola mantida pela Associação de Surdos de Goiânia, que trabalha a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
A psicopedagoga Eloisa Lima faz coro à opinião da mãe de Inara. Mestre em neurolinguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela firma que, quando se trata de aprendizagem, a surdez é a mais complexa entre as deficiências. "O surdo acaba não desenvolvendo também a fala, porque ele não ouve e perde essa base. Isso não acontece com o cego, por exemplo". A especialista explica que deficientes auditivos precisam ser estimulados por outros sentidos, como a visão e o tato. "Se a professora dá uma aula expositiva sem mostrar objetos e componentes do conteúdo, é prejudicial para o aluno ouvinte. Para o surdo é muitas vezes pior", garante.
Para Hozana, o ambiente de uma sala apenas para surdos é melhor. "Se a professora explica a matéria e ela não entende, os colegas surdos podem ajudar. Minha filha gosta muito de estudar e é bastante sociável, mas tem dificuldades em uma turma mista", afirma. Hozana acredita que a presença de um intérprete em sala de aula não é suficiente para dar conta das necessidades dos alunos. Além da cooperação entre colegas, Eloisa destaca a necessidade de a postura em uma sala de aula mista ser diferente. "A criança surda fica nervosa com excesso de movimento, luminosidade, pessoas falando sem ser em linguagem de sinais. Isso desorganiza a cabeça deles. Para aprender, precisam de foco, e esse não é o lugar apropriado", diz.
"Envolver é melhor do que segregar", diz especialista
Para a professora Valéria Cavetta, uma das coordenadoras do projeto Libras na Ciência, da Universidade de São Paulo (USP), separar ouvintes de surdos não é a melhor alternativa para estimular a aprendizagem. "Não sou partidária da separação no contexto da educação formal nem em qualquer outro. É interessante invertermos a problemática. Precisamos nos inserir na cultura dos surdos para compreender não somente o processo de socialização deles, mas também a Libras, como se dá a comunicação e, finalmente, a aprendizagem entre surdos e entre surdos e ouvintes. Acredito que temos mais a ganhar por meio de um trabalho que envolva surdos e ouvintes do que aquele que os segregue", diz.
Valéria enfatiza, no entanto, que a inclusão de surdos na escola comum demanda a elaboração de meios que estimulem a participação e aprendizagem desses alunos. Além do ensino regular, a professora explica que os deficientes auditivos devem ter acesso ao Atendimento Educacional Especializado (AEE), um período adicional de horas de estudo. Além de momentos em que os conteúdos são ministrados em Libras, preferencialmente por um professor surdo, o AEE trabalha o ensino da língua específica e de Português, em aulas especiais para alunos com deficiência auditiva.
De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), em 2010, 71.283 alunos deficientes auditivos, surdos e portadores de surdez e cegueira estiveram matriculados na educação básica, tanto em classes regulares quanto em escolas ou turmas de ensino especializado. Até 2015, todos os cursos de licenciatura e pedagogia brasileiros deverão contratar um profissional de Libras. O objetivo é auxiliar na formação dos futuros professores da educação básica.
Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra

Com informações do Blog do Professor Ivanilson

MEC vai recorrer da decisão que permite menores de 6 anos no 1ª ano



O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta sexta-feira (20) que vai recorrer da decisão da  Justiça Federal em Pernambuco (JFPE) que permitiu a matrícula de crianças com menos de 6 anos na primeira série do ensino fundamental. A Advocacia Geral da União vai apresentar os argumentos do MEC. O pedido tinha sido feito pelo Ministério Público Federal no estado e a decisão foi estendida às redes de ensino de todo o país.

De acordo com o MEC, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar uma ação declaratória de constitucionalidade (ADC) sobre o mesmo assunto, de 2007, do governo de Mato Grosso do Sul. O argumento é que a decisão do STF poderá prejudicar a decisão da Justiça Federal em Pernambuco.
Resolução do CNEA decisão da Justiça Federal determina a suspensão das Resoluções do Conselho Nacional de Educação (CNE) nº 01, de 14/01/2010 e nº 6, de 20/10/2010 e demais atos posteriores semelhantes. O objetivo da resolução do CNE era organizar o ingresso dos alunos na primeira série do ensino fundamental, já que, até então, cada rede de ensino fixava uma regra própria.
O colegiado defendia, à época, que a criança poderia ser prejudicada ao ingressar precocemente no ensino fundamental sem o desenvolvimento intelectual e social necessário à etapa. As decisões do CNE não têm força de lei, mas servem de orientação geral para os sistemas públicos e privados de ensino.
Na sentença, o juiz dá um prazo máximo de 30 dias para que a União comunique às secretarias estaduais e do Distrito Federal o teor da decisão, sob pena de incidência de multa diária no valor de R$ 10 mil, revertida para o Fundo de Defesa de Direitos Difusos. Foi estabelecida também uma multa diária de R$ 100 mil para o caso de descumprimento da decisão pela União. Outra multa, no valor de R$ 30 mil, será aplicada se for expedido qualquer ato normativo contrário à determinação judicial.
O juiz Kitner argumentou em sua decisão que “permitir que seja matriculado um menor de seis anos de idade completados até 31 de março do determinado ano letivo que se inicia e deixar de fazê-lo em relação a outro educando que completaria a referida idade um dia ou um mês depois, por exemplo, redunda em patente afronta ao princípio da isonomia, sustentáculo da sociedade democrática informada pela Constituição da República, além de macular a dignidade da pessoa humana, ao obrigar crianças que não se incluam na faixa etária definida no critério das destacadas a repetirem de ano, obstando o acesso ao ensino fundamental, nível de ensino mais elevado, ainda que seja capacitado para o novo aprendizado”.
Avaliação das criançasO magistrado também enfatizou que é “oportuno destacar que a definição da faixa etária dos seis anos para o início do ensino fundamental não se encontra calcado em estudos de alta análise científica que indiquem que esta é a idade recomendada para as crianças iniciarem a alfabetização”. Ainda de acordo com a sentença de Kitner, “o estado deve munir-se de meios para avaliar as crianças, por meio de comissões interdisciplinares, que levem em conta elementos psicopedagógicos, interações sociais, fatores socioambientais, entre outros, a fim de verificar se elas reúnem condições de avançar de fase de aprendizagem”.
Ainda cabe recurso à sentença, junto ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região. A União tem um prazo de 60 dias para recorrer. A assessoria de comunicação doMinistério da Educação informou que o MEC ainda não foi notificado da decisão.

G1


Com informações do Blog do Professor Ivanilson

 
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